Uma homenagem a Dom Phillips, jornalista inglês assassinado em uma emboscada no Vale do Javari junto ao indigenista Bruno Pereira. Trata-se do novo documentário da Repórter Brasil: “Relatos de um correspondente da guerra na Amazônia” propõe uma reflexão sobre a complexa natureza da cobertura da Amazônia. O filme parte da experiência de Daniel Camargos, que foi companheiro de reportagem de Dom, ao cobrir as buscas pelo amigo desaparecido.

A estreia do documentário será neste sábado (22) na mostra Histórias da Amazônia, promovida pelo Pulitzer Center e pela Cinemateca, em São Paulo.

Desafios

O documentário mergulha nos desafios enfrentados pelos jornalistas que cobrem a violência contra as comunidades indígenas na maior floresta tropical do mundo. Após ouvir e sofrer com a brutalidade das revelações sobre o que aconteceu com Dom, assassinado e esquartejado, o jornalista Daniel Camargos se pergunta se “vale a pena seguir adiante”.

Foto: Divulgação

Em busca de respostas, o filme acompanha o repórter ao percorrer outros estados e outras terras indígenas, onde observa semelhanças e diferenças no modo como as suas fontes processam o luto. A resistência indígena perante a perda de tantos na disputa pelo território ganha uma nova dimensão para o repórter.

De acordo com Camargos, o filme começa após o trabalho de convencimento frente aos questionamentos sobre os riscos. “O encontro com a morte do amigo, a busca por sentido para a profissão de repórter e a tentativa de dar continuidade ao trabalho do Dom, são passos que dou ao longo do documentário que tem um tom reflexivo”, descreve o jornalista. “Fazer esse documentário foi muito doloroso, sem dúvida. Mas também foi fundamental para encontrar o sentido de ser repórter”.

Com 1h de duração, “Relatos de um correspondente da guerra na Amazônia” é um filme de Ana Aranha e Daniel Camargos, com fotografia de Fernando Martinho e Caio Castor, montagem de Pedro Watanabe, e realização da Repórter Brasil.

Mais homenagens

Outra homenagem ao trabalho e ao legado de Dom Philips vem de familiares, amigos e colegas de profissão do jornalista inglês que se uniram para publicar o livro que ele escrevia quando morreu.

Jornalistas brasileiros e estrangeiros trabalham voluntariamente na obra intitulada “Como Salvar a Amazônia: Pergunte Àqueles Que Sabem”. Uma campanha online foi lançada para levantar os valores necessários para a edição e publicação do livro, que terá como guia as partes já concluídas e apurações extensivas que ele deixou.

A equipe decidiu revisitar os locais visitados por Dom Philips, que queria retratar no livro, em primeira mão, o “front” da Amazônia sob a perspectiva de ativistas, lideranças indígenas e agentes da causa ambiental.

*Com informações do site Ciclo Vivo

Leia mais