Sônia Alexandre é professora de matemática e sabe que o assunto dinheiro permeia a sociedade. “O mundo é capitalista e esse capitalismo exige que a pessoa saiba o destino do dinheiro e como obter esse dinheiro”, diz. Por isso, a professora idealizou no Centro de Ensino em Período Integral Francisco Maria Dantas, em Goiânia, o projeto “Cidade inteligente na mente”, onde ensina finanças aos alunos transformando a aula numa cidade inteligente.
“A ideia veio da minha experiência de vida porque quando eu comecei a gerenciar a minha vida com prioridade, com mais segurança, entendi o que era juros, que eu não deveria pagar tanto juro ao comprar um imóvel ou um carro. Então, pensei em ensinar o jovem desde criança”, explica.
Sônia deseja que os seus alunos não sofram na vida adulta para fazerem um gerenciamento financeiro. Para isso, então, ela estudou e desenvolveu o “Cidade inteligente na mente”. “É um projeto que trabalha educação financeira para os nossos alunos da rede pública estadual”, diz.
Cidade inteligente
Os alunos do CEPI Francisco Maria Dantas aprendem a gerenciar, economizar e investir o dinheiro na prática. Na sala de aula que se transforma em cidade inteligente eles acompanham extratos, investimentos e podem economizar para comprar no bazar.
“Eles tomam decisões, correm atrás, investem dinheiro, sabem onde investir melhor, se é na renda fixa ou na renda variável, eles sabem o que é reserva de emergência e que precisam ter uma reserva de emergência para administrar a vida financeira e juntar dinheiro para comprar o lote na cidade inteligente”, explica.
Todas as atividades são para despertar nos alunos a responsabilidade com o próprio dinheiro, para que eles tenham segurança em administrar. “Eu quero que eles conheçam o ciclo do dinheiro, os impostos e os investimentos antes de entrar no mercado de trabalho porque assim eles terão escolhas e não só irão trabalhar para o dinheiro, mas vão fazer o dinheiro trabalhar para eles”, diz.
Educação financeira
Muitos alunos da turma da professora Sônia estão aprendendo o que várias gerações anteriores de suas famílias não tiveram a oportunidade de aprender na escola. É o caso do Davi Gustavo, que agora sabe que pode fazer mais e ir além com o conhecimento das aulas de educação financeira.
“Quando ganhava mesada eu só pensava em gastar o dinheiro, hoje eu penso em fazer um conta do investidor para investir o meu dinheiro e ganhar mais dinheiro para ajudar os meus pais e também para comprar o que eu gosto”, diz. O projeto também ajudou a Elloyse Linhares, que vai levar o conhecimento toda a vida.
“A Sônia Alexandre me ensinou muitas coisas, me ensinou sobre os impostos, sobre a renda, me ensinou várias coisas e agora que eu sei disso, eu entendo como é que vai ser a vida adulta”, conta.
Adultos conscientes
A estudante Ana Júlia diz que acompanha o extrato bancário do projeto e economiza para gastar no bazar. Assim, ela consegue ter as coisas que quer do bazar. Sua colega, Isabeli Santos, faz anotações em um caderninho para saber quanto tem disponível.
“Antes quando tinha dinheiro eu gastava em todos os brinquedos que queria, logo quando eu ganhava já ia correndo para comprar brinquedo, mas depois disso eu soube administrar o meu dinheiro melhor e economizar, gastar com o que realmente é preciso”, afirma.
A diretora da escola, Luciana Carvalho, acredita que o projeto desenvolveu a maturidade dos alunos na questão financeira e ela está certa na sua percepção. Elloyse Linhares, por exemplo, conta que sua consciência mudou em relação a vida financeira e hoje já consegue planejar suas conquistas.
“Eu entendo que a gente precisa comprar o que a gente precisa. Então, se eu estiver precisando de um chinelo, a gente vai juntar dinheiro para comprar um chinelo”, diz. Isso é o que a professora desejou com o projeto e é o que ela deseja para os alunos das outras escolas. “O recado que eu deixo para os professores é que acredite no seu aluno, pois o aluno é o cidadão que vai atender a população no futuro”, finaliza.
Programa Educação
A segunda temporada do Educação está recheada de temas sobre a escola do presente. Ensino ambiental, financeiro, digital, antirracista, sexual e muito mais. Quer descobrir se as escolas do país estão preparadas para essas novas habilidades e o que os profissionais da educação já estão fazendo para transmiti-las? É só acessar o canal do Sistema Sagres no YouTube!
O projeto “Cidade inteligente na mente” do CEPI Francisco Maria Dantas é um dos casos de sucesso educacional que o programa já apresentou.
Assista o programa temático sobre “educação financeira” na íntegra.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de Qualidade.
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