No dia 9 de novembro de 1942 foi instalado o monumento ao Bandeirante na Praça Atílio Correia Lima, em um dos principais pontos na capital, no cruzamento das avenidas Goiás e Anhanguera. 78 anos depois, a estátua virou tema na campanha eleitoral e há prefeitável que pretende retirá-la do local.

O monumento foi criado pelo artista plástico Armando Zago como um presente do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

A escultura em bronze tem 3,5 metros de altura e ilustra a figura de Bartolomeu Bueno da Silva (Filho), armado de bacamarte em uma mão e na outra com uma bateia típica que se usava nos garimpos.

A estátua é uma homenagem de São Paulo a Goiás. Ela é fruto do Estado Novo da Era de Getúlio Vargas, da caminhada do progresso para o Oeste, de uma nova política hegemônica.

O Anhanguera filho herdou a fama de seu pai, que em tupi significa “diabo velho”, devido a crueldade pela qual os nativos o reconheciam.

Em Bristol (Inglaterra), a estátua do mercador de escravos Edward Colston foi arrancada da base e jogada no rio. Em Los Angeles (EUA), a própria prefeitura mandou retirar o monumento de Cristóvão Colombo.

Com base nestes e outros exemplos, a candidata a prefeita da capital, Manu Jacob (PSOL) pretende retirar o Bandeirante.

“Aqui no cruzamento da avenida Goiás, que inclusive é o nome dos povos de uma tribo indígena, com a avenida Anhanguera, quem triunfa é o Anhanguera, o nome de um bandeirante que escravizou pessoas, que agiu de forma violenta e genocida, inclusive de violência sexual com a comunidade indígena. É disso que estamos tratando, do levante da população negra, dos povos originais, das mulheres em não querer a estátua de um bandeirante que represente uma história de violência, triunfe no Centro da nossa cidade”, explicou.

Manu Jacob sugere como um exemplo para substituir o bandeirante a poetisa Cora Coralina ou Leide das Neves, vítima do Césio 137.