O desembarque do MDB da gestão de Rogério Cruz, na prefeitura de Goiânia foi confirmado nesta segunda-feira, após dias de especulação, de reuniões e de mudanças nas principais secretarias da cidade. Em carta aberta à população, com 21 nomes, sendo 14 de secretários que pediram demissão hoje e sete que já haviam sido exonerados da administração, a mudança de curso de Rogério Cruz foi tratada como deslealdade e uma traição ao legado de Maguito Vilela.

Na carta fica claro que os aliados consideram que o compromisso feito de continuar com a agenda de Maguito Vilela deixou de ser prioridade na gestão. “Pouco mais de dois meses após a morte do prefeito eleito, assistimos a uma completa mudança de rumos da atual gestão. O prefeito Rogério Cruz paralisa obras, suspende projetos e não consegue mais apontar com clareza os rumos da administração. Ou não pode fazê-lo”.

Em tom critico, afirmam ainda que Goiânia hoje é administrada não pela prefeitura, mas pela direção nacional do Republicanos, considerando que os nomes indicados para pastas com funções estratégicas na gestão são de fora de Goiás. “Goiânia está sob a direção de uma legião estrangeira descomprometida com nossa população, composta por pessoas que sequer conhecem a cidade ou sabem os desejos e necessidades de seus moradores”.

Os ex-secretários disseram também que alguns ajustes já tinham sido citados pelo prefeito, mas que a intervenção no Paço Municipal iniciou um desmonte nos quadro da administração. “De forma pouco transparente e sem o consentimento da população, a Prefeitura de Goiânia está sendo loteada por grupos políticos e consultores de fora do nosso Estado”.

A carta ainda cita um corte no diálogo entre o prefeito Rogério Cruz e o presidente do MDB Goiás, Daniel Vilela. Segundo o documento, Daniel foi informado que deveria tratar qualquer assunto relacionado à prefeitura com Wanderley Tavares, presidente do Republicanos do Distrito Federal ou com o deputado federal Marcos Pereira (SP), presidente nacional da legenda. “Uma sinalização clara e preocupante de que o destino de Goiânia passou a ser decidido fora daqui”.

Leia a carta na íntegra:

No total, 21 secretários do grupo original deixaram a prefeitura, 14 com pedido de demissão coletiva hoje e 7 exonerados anteriormente pelo prefeito. Confira abaixo.

Pedido de demissão coletiva:

Agenor Mariano, secretário de Planejamento Urbano e Habitação
Alessandro Melo, secretário de Finanças
Pedro Chaves, secretário de Mobilidade
Euler de Morais, secretário de Relações Institucionais
Murilo Ulhôa, presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos
José Frederico, secretário de Prioridades Estratégicas
Carlos Júnior, secretário de Desenvolvimento e Economia Criativa
Leandro Vilela, secretário extraordinário
Gean Carvalho, secretário-executivo de Assuntos Estratégicos
Célio Campos, secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia
Filemon Pereira, secretário de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas
Colemar Moura, controlador-geral do Município
Antônio Flávio, procurador-geral do Município
Kléber Adorno, secretário de Cultura

Ex-secretários, exonerados anteriormente:

Andrey Azeredo, ex-secretário de Governo
Aristóteles de Paula, ex-presidente da Comurg
Bruno Rocha Lima, ex-secretário de Comunicação
Luiz Bittencourt, ex-secretário de Infraestrutura Urbana
Marcela Araújo Teixeira, ex-secretária de Administração
Zilma P. Campos Peixoto, ex-presidente da Agência de Meio Ambiente
Marcelo Ferreira da Costa, ex-secretário de Educação