O cenário do desenvolvimento tecnológico em Goiás foi o tema do Pauta 1 desta semana com José Frederico Lyra Netto, secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. Para o gestor, o ensino técnico é importante e se apresenta como a solução da demanda do mercado de trabalho por profissionais ligados a tecnologias.

“Aqui em Goiás a gente está com um esforço enorme para reforçar a ideia de que o ensino técnico é importante. E as escolas que ofertam o ensino técnico são focadas em tecnologias”, afirmou.

A maioria das pessoas preferem a formação profissional pelo ensino superior. Segundo o secretário, a OCDE aponta que em países desenvolvidos a taxa de pessoas no ensino técnico é de 44%, assim, a cada 100 alunos no ensino médio 44 vão para o ensino técnico. No entanto, esse cenário é muito diferente no Brasil, onde a cada 100 pessoas apenas 11 optam pela formação técnica.

“As escolas técnicas já são pelo menos para as pessoas que estão no ensino médio e esse é um assunto que vale muito reforçar: no Brasil a gente tem uma visão errada de que quem faz ensino técnico é alguém de segunda classe. Não é assim na Suíça, não é assim na Alemanha, mas isso ainda está na visão brasileira. Então, o que importa é o diploma e é um negócio que a gente tem que mudar”, destacou. 

Escolas técnicas

A oferta de ensino técnico está ligada à demanda do mercado de trabalho por profissionais que desempenhem funções específicas. O secretário apontou que Goiás já proporciona essa formação para pessoas que estão cursando o ensino médio numa parceria com a Secretaria de Estado de Educação de Goiás (Seduc). “Mas o aluno tem que optar por querer fazer isso, então uma vez que ele está nesse itinerário, aí é obrigatório”, explicou.

Netto afirmou que o Brasil está começando a entender essa dinâmica da formação de profissionais. “O Lula falou esses dias que vai dar uma bolsa para quem está fazendo o ensino técnico, que é uma coisa que já tem em Goiás inclusive. Então, é muito providencial o ensino técnico junto com o ensino médio para que a gente forme os nossos alunos. E se eles quiserem o Ensino Superior depois, legal!Mas se quiser parar de estudar e ir trabalhar, tudo bem! Ele já estará profissionalizado”, argumentou.    

Com esta formação o estudante já termina o ensino médio com o diploma de profissional técnico. Mas o secretário acredita que existe um preconceito em formar pessoas para o trabalho no Brasil. “Eu acho que existe sim um preconceito em formar as pessoas para o trabalho e eu não acho que isso seja um problema, sinceramente. Ainda mais porque é o [ensino] técnico com o médio que já tem toda aquela formação básica”, disse.

Impacto na educação

A formação técnica é um dos principais meios para o desenvolvimento tecnológico de Goiás e o cenário é favorável ao surgimento de novas profissões e, assim, impacta a educação profissional. Uma das ideias contrárias mais contundentes ao ensino técnico é a falta de formação humana, pois o foco é um ensino objetivo. Mas José Frederico Lyra Netto destacou que a preocupação já tem solução nas escolas que ofertam a modalidade de ensino.

“Existe a crítica que é formar alguém integralmente para a vida e os bons ensinos técnicos, os mais modernos já olham para isso”, disse. 

“Um componente muito importante no ensino técnico é a formação de habilidades socioemocionais e inclusive foram feitas pesquisas com empregadores, e eles falaram que as pessoas precisavam saber a técnica, mas também trabalhar em equipe. Ele tem que saber lidar com ambientes adversos”, pontuou.

Confira o programa na íntegra:

Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 04 – Educação de Qualidade e o ODS 09 – Indústria, inovação e infraestrutura.

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