O nono episódio da série de entrevistas Forma do Bem aborda, nesta sexta-feira (22), os impactos negativos ao meio ambiente causados pelo consumo excessivo de carne. Para a ativista de Defesa Animal, Zélia Barbosa, a preocupação com a crise hídrica, por exemplo, deve abranger também a pecuária, desde a criação até o abate e corte do gado.

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“Um bife ou um hambúrguer de 50 gramas tem um gasto de água equivalente a 50 banhos. Eu poderia escolher entre ficar 50 dias sem tomar banho ou deixar de comer um hambúrguer. Vai gerar a mesma economia de água”, afirma Zélia.

Outro exemplo é o desmatamento na região da Floresta Amazônica. “Três quartos do que se derruba de floresta hoje na Amazônia é para transformar em pasto, que vai para o gado, ou em soja, que vai virar ração para o gado. Quase 80% do que se derruba hoje na Amazônia é para transformar em vaca, para matar e comermos a vaca”, argumenta.

Para a ativista, o processo de transcendência dessa realidade entre sustentabilidade e consumo relacionado ao agronegócio precisa passar pelo fim do especismo, quando o ponto de vista de uma espécie, no caso a humana, se considera no direito de explorar, escravizar e matar as demais espécies de animais por considerá-las inferiores.

“As vacas têm grupos de amigos entre si, têm ciúmes quando uma amiga vai para outro bando. Quem tem um pet em casa sabe que o animal sente amor, dor, tem suas preferências, faz birra”, e completa: “O que faz com que você seja vegano é perceber que os animais são criações da natureza e têm direito a estar na Terra tanto quanto nós. Eles não foram criados para servir ao ser humano, assim como o negro não foi criado para servir ao branco e nem a mulher ao homem”.

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