O IBGE Goiás (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (25) a prévia da inflação para o mês de Março. O número registra 0,95% e ainda faltam cinco dias para o mês acabar. Em Fevereiro, a inflação fechou em 0,99% de aumento. Os setores de alimentação e habitação puxaram uma alta de 1,19% no resultado do indicador, que faz uma previsão da inflação. O setor de energia elétrica teve mais uma elevada no preço, acumulando quase 40% de alta nos últimos doze meses.

Ir ao supermercado e comprar itens básicos está se tornando uma dificuldade constante, como destaca a dona de casa Ana Passos, que sustenta uma casa com mais de 8 pessoas.

“Tá caro demais, não dá para comprar. Eu sustento uma casa com mais de três netos e quatro filhos. Estou desempregada e a cada dia que passa a situação fica mais complicada. O salário só abaixando, está cada dia mais difícil sobreviver no Brasil”, afirma.

Foto: Reprodução TV Sagres

Goiânia é a segunda capital do Brasil com a maior variação do índice de preços ao consumidor, o IPCA, índice nacional de preços ao consumidor amplo, criado em Dezembro de 1995 e divulgado mensalmente desde Janeiro do ano de 2000. Este resultado prévio é divulgado antes da inflação oficial quando os resultados estão fechados.

O aposentado Anderson Souza destaca que a cada vez que vai ao supermercado, sente o impacto direto dos preços no prato de comida do dia a dia.

“Comprar uma verdura tá se tornando algo impossível. Eu vim para comprar uma linguiça, mas ao chegar aqui me deparei com o preço, quase R$ 30,00 o kg, qual o fundamento para isso? Não existe”, reclama Anderson.

Foto: Reprodução TV Sagres

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo ideal para sustentar uma família com quatro pessoas, seria de R$ 5.997,00, diferente do valor atual que vigora em R$ 1.212,00. Com o constante aumento nos preços, a única saída é economizar. A economista Adriana Pereira destaca que o aumento impacta diretamente no poder de compra dos brasileiros.

“Nota-se que a renda do goianiense está comprometida com o valor da cesta básica. Em Fevereiro de 2021 o valor da cesta era de cerca de R$ 560,00, agora em Fevereiro de 2022 o valor já está em R$ 641,00. O valor dos itens básicos para sobreviver corresponde a 57,18 do salário mínimo dos goianos. Isso signfica que estamos pagando mais caro pela alimentação, e isso acontece não só em Goiânia, mas em todo o país”, afirma a especialista.

*Sinval Lopes é estagiário do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o IPHAC e o Centro Universitário FASAM, sob a supervisão da Jornalista Luciana Maciel.

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