A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) emitiu um alerta sanitário à população goiana, devido ao aumento de casos de Chikungunya em todo estado. Goiás registrou número recorde de casos da doença este ano, confirmando 328 infectados, depois de ficar o ano de 2020 sem notificações. O maior número de pessoas contaminadas com o vírus era de 50 casos em 2017, segundo os dados da SES.

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A chikungunya é transmitida pelo mesmo mosquito transmissor da dengue e o zika vírus, o Aedes aegypti. Os sintomas são parecidos aos da dengue e zika vírus. A diferença é que a chikungunya dá muitas dores articulares com edema das articulações. Na zika, a febre pode ser um pouco mais baixa, apresentando lesões vermelhas pelo corpo.

Em entrevista à Sagres, a superintendente de vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, afirmou que ao menos dois fatores desencadearam para o aumento dos casos de chikungunya no Estado. A primeira é que “na pandemia, houve uma queda nas visitas domiciliares de agentes de controle de endemias, e consequentemente, as pessoas se despreocuparam com os criadouros do mosquito”.

O segundo fator apontado por Flúvia é que Goiás ainda não teve uma epidemia da doença, como foi na região nordeste do país. Portanto, segundo ela, “a maior parte da população goiana está mais suscetível a ser infectada pela doença, já que uma vez que a pessoa é contaminada, fica definidamente protegida da chikungunya”, acrescentou Amorim.

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De acordo com a pasta, em maio deste, ano foi emitido um alerta sanitário para uma possível epidemia de chikungunya em Goiás, depois de um surto ocorrido no município de Bom Jesus de Goiás, região centro-oeste do Estado. Segundo a SES, este documento foi repassado para as 18 regionais de saúde e para todos os 246 municípios do estado, contendo orientações sobre a identificação e monitoramento de casos suspeitos, além de ações de bloqueio do mosquito transmissor.

Ação

Flúvia Amorim informou que a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás trabalha juntamente com o corpo de bombeiros, desenvolvendo ações de prevenção contra a infestação do mosquito transmissor no Estado. Ainda foi emitido um documento aos secretários municípios de saúde, alertando a necessidade imediata do retorno das visitas domiciliares dos agentes de endemias, solicitando apoio também à Federação dos Agentes de Combate às Endemia. Ela afirma que “a visita e o levantamento de índices de infestação do mosquito precisam ser retomados urgentemente, pois só assim poderemos ter o diagnóstico dessa situação e aplicar de imediato as medidas de prevenção” disse a superintendente.

Dengue

Em 2020, os casos confirmados de dengue nas primeiras 47 semanas caíram para 47% comparados ao mesmo período de 2019. Em 2021, apesar da queda de 20%, os casos ainda apresentam um alto número de 43.189 casos, segundo a secretaria de Saúde de Goiás.

Prevenção

A Secretaria de Saúde informa que o Estado estará em situação de alerta até abril de 2022, período que diminuem os índices de chuva. A pasta orienta que a população deve reforçar as medidas de eliminação dos criadouros de mosquitos Aedes aegypti, eliminando a água armazenada em vasos de plantas, pneus, garrafas, piscinas sem uso ou manutenção, e objetos menores como tampas de garrafas.