O Governador do Pará, Helder Barbalho, comentou os desafios enfrentados pela capital paraense e projetou o legado da COP-30 em Belém. As declarações do gestor paraense foram dadas durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em edição que foi ao ar na noite desta segunda, 13.  

Para Helder, este é um grande desafio mas também uma grande oportunidade, considerando o fato de que é a primeira vez que a Amazônia sedia o mais importante evento de discussões climáticas e que coloca o Brasil no protagonismo da diplomacia ambiental, por isso, a palavra “legado” tem norteado as tomadas de decisões.  

“Belém é uma cidade com diversos desafios, seja na mobilidade urbana, seja na solução de tratamento de esgoto e resíduos sólidos, seja transporte coletivo, de segurança pública, mas é uma grande oportunidade de implementar investimentos que possam deixar no pós evento soluções definitivas para que a capital paraense possa ser uma cidade de melhor qualidade para a população. Esta é uma agenda que deixa legado para a sociedade local”, afirmou.  

No entanto, o gestor reconhece que um dos principais desafios é o de receber, de forma adequada, 187 delegações de todo o mundo – delegações que incluem tanto chefes de estado como também comunidades tradicionais.  

“Nós temos absoluta expectativa de que esta será a COP com maior densidade de visitações. Pra isso nós contratamos a Fundação Getúlio Vargas para fazer um diagnóstico e a partir daí apresentar soluções que passam por legado de infraestrutura e que passam por soluções particularmente na questão da hotelaria já que nós temos a expectativa que gira em torno de 50 a 70 mil pessoas que devem visitar Belém”, destacou o gestor, projetando a visitação considerando as duas semanas de evento.  

Hotelaria 

A baixa oferta no setor hoteleiro de Belém é uma das grandes preocupações e a gestão estadual e o Itamaraty têm buscado soluções conjuntas para que a hospedagem deixe de ser um problema até a realização da COP. Alternativas como a negociação de prédios federais abandonados e o uso de cidades litorâneas como ponto de apoio para a hospedagem já foram ventiladas.  

“Estamos buscando soluções desde investimentos para requalificação, para reformular as operações atuais na rede hoteleira, estimular novas operações para ampliar a oferta de quartos, identificar os perfis de demanda hoteleira seja em Belém, ou seja no raio de 50 km por meio rodoviário ou até 30 minutos por meio aeroviário”, explicou.  

Barbalho afirmou ainda que dentro dos estudos que estão sendo realizados, a gestão considera o uso de escolas que estejam próximas ao local do evento, bem como contratos de aluguéis de imóveis públicos, e o estímulo ao mercado de aluguéis de imóveis privados.  

“Vamos discutir também a vinda de navios desde que esses possam apresentar soluções neutralizações das emissões por queima de combustíveis fósseis, mas que possam trazer e agregar um número de hospedagem com a especificidade de alto nível, também deixando um legado, fazendo aprofundamento do canal de navegação que permitirá com que Belém posso entrar no roteiro de cruzeiros”, reforçou.  

Além da infraestrutura 

Para o gestor, a realização da COP pela primeira vez na floresta amazônica deixa um legado que vai além dos investimentos em infraestrutura que devem ser feitos até 2025 na capital paraense.  

“Mas este é o legado de infraestrutura. O que eu entendo que a grande oportunidade não apenas do Pará, mas da Amazônia e do Brasil e do Sul global é o legado de Meio Ambiente. Pela primeira vez nós podemos inserir a discussão de qual o papel da floresta na agenda das mudanças climáticas”, destacou.  

O governador destaca considerar que esse seja um grande momento para discussões sobre o mercado de carbono e para que o Brasil possa apresentar as soluções em relação à redução de emissão e do desmatamento. Segundo Helder, o Brasil precisa preservar a floresta e os grandes países precisam auxiliar com alternativas que criem uma valorização da floresta viva que uma sustentabilidade ambiental à sustentabilidade social.  

“Que nós possamos implementar a bio economia na floresta com mecanismos de concessão de uso do solo, portanto alternativas que possam gerar empregos verdes, por isso eu aposto muito na oportunidade do legado que isso pode deixar pra Amazônia”, pontuou.  

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) – ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança do Clima.

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