O  professor da USP, Roberto Marx, e o estudante Tiago Zillio, aluno do curso de Engenharia de Produção, compararam os custos e a emissão de carbono entre os diferentes tipos de veículos que circulam nas cidades brasileiras. Na comparação do estudo sobre descarbonização, eles chegaram à conclusão de que os veículos elétricos são mais caros, mas geram mais benefícios ao meio ambiente.

A análise sobre o transporte público na cidade de São Paulo indicou que veículos elétricos são três vezes mais caros que carros movidos a diesel. Então, eles ganham na economia operacional e no todo impactam menos o clima.  Roberto Marx explicou ao Jornal da USP que a comparação considerou toda  a vida útil do veículo.

“É um trabalho inédito e tem resultados interessantes no momento em que a cidade de São Paulo e seu prefeito atual tem pretensões nessa área. São Paulo, juntamente com a Lei do Clima, tem um processo continuado de descarbonização”, contou.

Elétrico x diesel 

O estudo avaliou as emissões e a economia operacional de veículos elétricos e a diesel. Tiago Zillio apontou que inicialmente os veículos elétricos emitem mais CO2 e suas baterias são as principais responsáveis, porque têm altas taxas de emissões.

Mas o estudante destaca que a eficiência do motor do carro elétrico para converter energia e o fato de utilizar fontes renováveis faz com que ele emite até 90% menos carbono do que os motores a diesel.

Assim, então, um motor de veículo elétrico custa até três vezes mais, porém é um valor que compensa no alto custo que demanda o abastecimento de um veículo a diesel.

“Por conta do motor elétrico ser mais eficiente do que o motor de combustão interna, no que se refere ao custo de abastecimento, eles têm custo muito menor do que os ônibus a diesel e, no ciclo de vida, são menos de 1% mais caros apenas. Então, é um investimento que vale a pena, porque eles custam quase o mesmo, mas são menos prejudiciais ao meio ambiente”, disse o estudante.

Descarbonização em São Paulo

O estudo de Tiago e Roberto teve como pano de fundo os esforços da cidade de São Paulo para colocar 1.300 ônibus elétricos no transporte público. Apesar de obter financiamento do BNDES para implantar a ideia, os pesquisadores apontam a necessidade da cidade estar preparada para manter a frota em circulação.

“É preciso observar essa parte da rede de recarga, pois vai ser muito difícil para a cidade de São Paulo conseguir abastecer todos os veículos”, argumentou.

Por isso, então, o professor acredita que a cidade terá dificuldade relativa à capacidade de abastecer a quantidade de veículos e avaliou que são necessários vários esforços de descarbonização em São Paulo para além da frota de ônibus.

*Com Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima.

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