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O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Adriano da Rocha Lima, participou na última noite de reunião em Brasília para tratar da realização de investimentos pela Celg GT (Geração e Transmissão) em subestações de obrigação da Enel Goiás. Esta foi a primeira reunião sobre o tema com a participação de representantes da multinacional italiana, que comprou a Celg D.

A ideia é suprir demanda por investimentos para solucionar, em curto prazo, a falta de fornecimento de energia elétrica, principalmente para o setor produtivo. O secretário confirma em entrevista exclusiva à Sagres 730, que a estratégia de contrair empréstimo de até R$ 2 bilhões para a estatal, junto ao BNDES, será mantida, mesmo depois de provável processo de privatização.

“O Ministério de Minas e Energia nos deu autorização para que entrasse na subestação da Enel, através de recursos financiados pelo BNDS, com aval do Governo Federal, utilizando o corpo técnico da Celg GT que é uma estatal que não foi privatizada e ficou responsável apenas pela geração e transmissão de energia, mas não pela distribuição”, afirmou.

O secretário explicou como o investimento retornaria para o Estado. “Hoje quando a tarifa é calculada para o usuário, leva em conta uma repartição entre distribuição, transmissão e geração. Então a parcela da tarifa que cabe a Enel será reduzida e aumentada a parcela que cabe a Celg GT, para que ela seja ressarcida desse investimento, que deveria ser feito pela distribuidora”, detalhou.

Adriano Rocha Lima contou sobre o processo que levou até a elaboração do novo programa de investimentos em energia elétrica em Goiás. Segundo ele, há uma crise na distribuição de energia “gravíssima”, que está limitando o crescimento do Estado. “Empresas que querem vir para cá estão com dificuldade de ter energia, outras já estabelecidas estão com dificuldade de expandir, e o Estado com esforço enorme, justamente aumentar arrecadação com a vinda do setor produtivo, sendo limitado por um item básico que é a energia”, afirmou.

O secretário ressaltou que a Enel Goiás apresenta os piores indicadores de todos os distribuidores do país. Questionado sobre um possível rompimento de contrato com a Enel, Adriano afirmou que não está fora do radar. “Isso não está fora do radar, mas hoje o nosso foco é melhorar a qualidade da distribuição de energia, seja qual mecanismo possa ser utilizado para isso”, afirmou. “Encontramos um mecanismo agora que é mais ágil, porque o processo de caducidade, de cassação de concessão é um processo mais demorado, mais traumático, então estamos tentando achar uma solução que seja mais rápida e que dê para ser implementado no curto prazo”.