O termo greenwashing já é conhecido no meio corporativo e indica a ação falsa de uma empresa em relação à sustentabilidade. A prática preocupa entidades públicas e privadas, pois banaliza a inserção dos temas ambientais no meio corporativo. Uma forma de coibir o greenwashing são as habilidades verdes, tradução do termo Green Skills, que está sendo difundido no ambiente corporativo.
Marco Aurélio de Castro é diretor-executivo de RH da Volkswagen Financial Services Brasil e está preocupado com o avanço do greenwashing nas empresas. Castro assina o artigo ‘Green Skills: muito além dos “empregos verdes”’, publicado no portal Notícia Sustentável, em que aborda a divulgação de informações sobre a prática ESG pelas empresas e a “roupagem sustentável”.
O diretor-executivo aponta que não há padrão para as organizações apresentarem suas métricas e resultados ESG.
“Com isso, muitos investidores, consumidores e até mesmo órgãos reguladores, têm tido dificuldades em identificar quais corporações estão, de fato, comprometidas com a divulgação de seus impactos na sociedade e no meio ambiente, e quais, por outro lado, desejam apenas ostentar uma roupagem sustentável, sem uma real preocupação com a promoção de mudanças efetivas”, destaca.
Green skills
Nesse sentido, o Green skills surge como a solução para que as empresas não divulguem informações falsas sobre ações de sustentabilidade. Green skills significa “habilidades verdes”. Assim, Marco Aurélio de Castro argumenta que o termo é importantíssimo para profissionais de RH.
“Essas competências não estão associadas apenas aos profissionais alocados em áreas diretamente ligadas à sustentabilidade, mas a todo um regime de trabalho baseado em práticas eficazes, além de ambiental e socialmente responsáveis, em qualquer que seja o cargo ou setor de atuação”.
Desta forma, considera-se que as empresas precisam ir além de um setor que implante e fiscalize a Agenda ESG, como gestão de recursos naturais, eficiência energética e conservação da biodiversidade.
Mas, que dentro da própria Agenda ESG, os colaboradores estejam ativamente participativos por meio de indicadores de performance e resultados, conforme o nível de responsabilidades atribuídas a sua função.
Empregos verdes
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançaram o termo “empregos verdes” em 2009. As ocupações que se enquadram em empregos verdes estão diretamente ligadas à preservação do meio ambiente e à redução da emissão de carbono na atmosfera.
No entanto, Marco Aurélio aponta que a emergência climática trouxe a necessidade de ir além do “mercado sustentável”. E, portanto, atingir toda a cadeia dentro de uma empresa. “Embora tenha sido registrado um crescimento contínuo de “empregos verdes” nos últimos quatro anos, a requalificação e o aprimoramento de green skills, no mercado como um todo, não têm acompanhado esse ritmo”, argumenta.
Castro destaca o estudo “Global Green Skills Report 2023”, produzido pelo LinkedIn, que aponta uma “lacuna de habilidades” para haver a “transformação ESG genuína”. O quadro, explica o profissional de RH, revela a necessidade de treinamentos e atualizações em todos os setores e níveis hierárquicos das organizações.
Futuro do ESG
A Agenda ESG já demanda respostas das empresas para a sociedade em relação aos problemas ambientais. Mas, agora, o mercado aponta a necessidade de profissionais que atendam a demanda para ocupar os “empregos verdes”.
“O relatório aponta que seis em cada 10 trabalhadores em atividade atualmente precisarão ser treinados antes de 2027, caso se queira cumprir as metas climáticas estipuladas pela Agenda 2030 da ONU. Além disso, o estudo estima ainda que, em média, 44% de todas as habilidades do trabalhador individual precisarão ser atualizadas nesse mesmo prazo”, destaca Castro.
O diretor-executivo de RH da Volkswagen Financial Services Brasil afirma que o investimento em formação e atualização contínua por parte da empresa é indispensável.
“Só assim será possível fazer jus à atual demanda por talentos com green skills bem desenvolvidas e capazes de abarcar não só os expedientes voltados à redução dos impactos ambientais decorrentes das operações de uma empresa”, conta.
*Acesse o artigo na íntegra aqui.
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