A queda é visível, incontestável e preocupa a cada atleticano, que não queria ver o time passando pelo mesmo sufoco da última temporada. Segundo o técnico Hélio dos Anjos, o fantasma do rebaixamento não passa perto do Atlético, ainda que o time tenha sofrido a quarta derrota seguida, para o Boa Esporte, por 1 a 0. O que preocupa, na verdade, é a fragilidade emocional que o elenco tem demonstrado nessa situação complicada.

“A muito tempo eu preocupei com a estabilidade emocional do grupo, eu conversei isso com algumas referencias e o que eles nos responderam até o jogo contra o Bragantino foi muito boa, questão tática, técnica, postura de jogo. Nós tivemos duas derrotas, até aquele momento nós tínhamos um bom momento e se você for ver, o aproveitamento era de 70%, algo bom, e perder faz parte, mas aí desestabilizou”

Com alguns desfalques sérios, o Atlético mais uma vez sentiu a falta profunda do artilheiro Júnior Viçosa, que não deve mais voltar nessa Série B e se mostrou atípico em campo. Exemplo total disso foi o meia Jorginho, que ao ser substituído, foi insultado, chamado de “mercenário”. Não se atendo só ao camisa 10 do time, Hélio entende que a questão financeira no clube já é um problema deixado para trás, em relação ao que viveu quando foi contratado, em Junho.

“Questão financeira não começa a entrar em campo não, quando começamos o trabalho aqui, a dificuldade era bem maior nessa questão. Não podemos transferir nossos erros para outros, estamos em uma situação mais controlada do que quando chegamos aqui, o clube tem procurado da melhor forma resolver essas coisas e isso não entrou pra dentro do campo”

Hélio também teve de enfrentar a ira do torcedor no Serra Dourada, que o chamou de “burro” em muitos momentos e pediu a demissão do comandante. O treinador garante que vai continuar o trabalho, mas que teria de aceitar uma demissão caso a diretoria avaliasse apenas os últimos quatro jogos. O treinador, entretanto, se diz parceiro do clube e garante que não está no comando por valores financeiros, e sim pelo prazer de trabalhar.

“Se for avaliado, eu não tenho nada contra. Eu trabalho no futebol brasileiro, nào adianta eu querer que a reação seja diferente do normal. Quando você recebe uma proposta, eu divido ela em duas partes: proposta financeira e de trabalho. Não foi por questão financeira que eu vim pro Atlético, pode ter certeza, foi por uma questão de trabalho e aí eu quis saber de tudo, conheci todos os problemas do clube e agreguei o meu trabalho ao da direção. Eu tenho que ser parceiro, se ela achar que eu não devo ser mais, é aquilo que eu falei, tenho que aceitar”