Promover saúde. Esta é a recomendação feita pelo médico urologista Rodrigo Lima para homens que só se preocupam em buscar atendimento de saúde quando querer descobrir se estão com alguma doença.

Confira a entrevista na íntegra:

”Tem homem que só vai se preocupar em ir ao cardiologista, por exemplo, com 50 anos. O paciente que vai lá com 30 e poucos anos é uma oportunidade de aferir o colesterol, nível de glicose, de açúcar no sangue, de aferir a pressão arterial para saber se ele está com hipertensão. Então é aproveitar como um cuidado de saúde mesmo”, afirma.

A falta de procura dos homens por assistência médica, entretanto, faz com que eles sejam mais vulneráveis a doenças e tenham um índice maior de mortalidade precoce.

Segundo a pesquisa ‘Um Novo Olhar Para a Saúde do Homem’, realizada pelo Instituto Lado a Lado, em parceria com a revista Veja Saúde e apoio da Astellas Farma Brasil, quase 37% dos homens até 39 anos, e 20% acima dos 40, admitem ir ao médico apenas quando se sentem mal. Além disso, apesar de 37% dos entrevistados julgarem o urologista como o especialista responsável pela saúde do homem, 59% deles não costumam visitar este profissional.

Contudo, a Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH), criada pelo Ministério da Saúde, visa evidenciar os principais fatores de morbimortalidade explícita e reconhecer os fatores determinantes sociais que tornam os homens mais suscetíveis a situações de violência e a riscos de saúde.

Segundo o especialista, as doenças mais preocupantes para a saúde do homem podem ser silenciosas, ou seja, não apresentarem nenhum sintoma e, assim, só serem identificadas com exames ou o chamado ”check-up médico”.

”Infecções sexualmente transmissíveis podem ser silenciosas por um bom tempo; fala-se muito do câncer de próstata, que é silencioso, uma doença assintomática em mais de 90% dos pacientes, e só vai registrar sintoma quando está em um estágio mais avançado; cálculos no rim que porventura podem ser assintomáticos”, enumera Rodrigo Lima.

Ainda segundo Rodrigo Lima, com o passar do tempo, as novas gerações parecem se preocupar mais com a busca pelo atendimento preventivo se comparado aos pais e avós.

”Nos homens mais jovens a gente tem notado esse cuidado, talvez por campanhas de divulgação tanto da parte médica como da governamental, das organizações de comunicação. Temos percebido que os homens mais jovens têm sim tido essa preocupação de fazer exames, de procurar um atendimento para checar e buscar uma melhor qualidade de vida”, argumenta.

Dentre os motivos alegados pelos homens que os impedem de ir ao médico com mais regularidade, estão os preços das consultas (42%), falta de agenda dos médicos no SUS (38%) e o fato de se sentirem bem, sem ter uma razão para ir ao médico (32%). O que pode ser observado também é o fator emocional, visto que um dos maiores desafios indicados por 33% dos homens para ter uma vida saudável é estar bem emocionalmente. Fato alarmante considerando que a pesquisa aponta que 63% deles têm ansiedade, 46%, tristeza e 26%, depressão.