O bloqueio bilionário de recursos do Ministério da Educação (MEC) decretado nesta quarta-feira (5) pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) impactará também o Instituto Federal de Goiás (IFG). Serviços essenciais como água, energia, limpeza e até vigilância poderão ser suspensos.

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Segundo o IFG, em nota divulgada no fim da tarde desta quinta-feira (6) e assinada pelo pró-reitor de Administração, Diego Silva Xavier, e pela reitora Oneida Cristina Gomes Barcelos Irigon, com o novo Decreto nº 11.216, ”a Rede Federal, que abarca hoje mais de um milhão e meio de estudantes e 80 mil servidores, sofreu mais um bloqueio no valor de R$ 147 milhões”, e que a esse valor ”soma-se o corte já ocorrido em junho deste ano, totalizando uma redução de mais de R$ 300 milhões”.

Dessa forma, o orçamento anual do IFG, que antes era de mais de R$ 51,1 milhões de reais, foi reduzido para R$ 44,7 milhões. De acordo com a instituição, esse orçamento, que vem sofrendo com as reduções e a falta de correções pelo processo inflacionário nos últimos anos, é destinado ao funcionamento de toda infraestrutura física do IFG: pagamento de energia, água, serviços de limpeza e de vigilância em todas as unidades.

O IFG possui hoje 16 unidades situadas em todas as regiões do Estado de Goiás e atende mais de 17 mil alunos, regularmente matriculados em 245 cursos ofertados em diversos níveis e modalidades. A instituição desenvolve ainda inúmeros projetos de ensino, de pesquisa e de extensão, que fomentam o desenvolvimento econômico, social e regional, com ampla e ativa participação da comunidade externa.

Pesquisa e pagamento de bolsas

Além disso, ainda de acordo com o IFG, o valor é destinado ao desenvolvimento das ações de ensino, pesquisa, extensão e de assistência estudantil, tais como: pagamento de bolsas e auxílios aos estudantes (alimentação, moradia e outros), realização de visitas técnicas e funcionamento dos restaurantes estudantis.

Na nota, o IFG argumenta ainda que os cortes e bloqueios orçamentários promovidos pelo Governo Federal ”comprometerão o regular funcionamento dos serviços ofertados pelo IFG, uma vez que, diante desse cenário, os serviços essenciais de limpeza e de vigilância serão descontinuados, a realização de visitas técnicas, o pagamento de auxílios e o funcionamento dos restaurantes estudantis destinados aos estudantes em situação de vulnerabilidade social serão inviabilizados em razão da falta de recursos”.

Ainda segundo o documento, ”o recente bloqueio de recursos impacta uma redução de 5,35% do orçamento do IFG e, ainda que haja a promessa de “liberação em dezembro”, numa espécie de “bloqueio temporário”, tal medida incide na gestão administrativa, fiscal e no planejamento da Instituição, já que as licitações e as contratações programadas não poderão ter continuidade sem a respectiva disponibilidade orçamentária”.

Por fim, na nota, ”o IFG e toda Rede Federal enfatizam a urgente necessidade de reversão dos cortes, do bloqueio e pedem pela recomposição orçamentária, sob pena de o funcionamento das instituições ser comprometido”.

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