Em todo o Brasil, estima-se que 89% das pessoas infectadas pelo HIV já foram diagnosticadas com o vírus. De acordo com a analista em Saúde da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Valéria Borba, a capital goiana está acima desse índice nacional.

“Nós estamos com 95% de pessoas estimadas que deveriam o ter o HIV e que estão diagnosticadas. A nossa taxa de tratamento está em 78% das pessoas que têm o diagnóstico, e dessas temos apenas 47% que realmente elas ainda não transmitem, que a gente chama de supressão viral”, explica, em entrevista ao Sagres em Tom Maior desta terça-feira (1º).

Exatamente hoje, dia 1º de dezembro, é celebrado o Dia Mundial de Combate à AIDS, a síndrome da imunodeficiência adquirida, causada exatamente pela presença do HIV no organismo. Apesar do risco, Valéria Borda avalia que os jovens é que são os mais vulneráveis ao vírus.

“Infelizmente as pessoas, principalmente as mais jovens, acabam não tomando as medidas preventivas como o uso do preservativo. Há uma diminuição no uso do preservativo, apesar da oferta”, aponta.

Valéria Borba no STM #153 em entrevista às jornalistas Letícia Martins (à esquerda) e Jéssica Dias (centro) (Foto: Sagres TV)

Descoberta na década de 80, a AIDS era até então dada praticamente como uma sentença de morte. Mas essa realidade mudou. Só na Europa e nos Estados Unidos, a expectativa de vida de infectados com o HIV aumentou em dez anos com o surgimento dos medicamentos antirretrovirais, de acordo com estudo da Revista Lancet, publicado em 2017.

No Brasil, um estudo divulgado em 2019 pelo Ministério da Saúde mostra que 70% dos pacientes adultos e 87% das crianças diagnosticadas entre 2003 e 2007 tiveram sobrevida superior a 12 anos. Em 1996, antes de o ministério ofertar o tratamento universal aos pacientes com HIV/AIDS, a sobrevida era estimada em cerca de cinco anos. A analista explica que, quanto antes o vírus for descoberto no organismo, melhor será a resposta ao tratamento.

“Normalmente essa pessoa que entra com o tratamento no período de infecção pelo HIV tem uma sobrevida muito maior. Hoje nós não temos cura para a AIDS, para combater o HIV, mas temos qualidade de vida para esse paciente. A AIDS é um segundo estágio. É quando a pessoa começa a desenvolver doenças oportunistas ou então quando o sistema imunológica dela começa a ser comprometido pela presença do HIV”, conclui.

Acompanhe a entrevista na íntegra a seguir no STM #153