De passagem por Goiânia para um evento do PSD, o ex-deputado e candidato a vice-presidente da republica, Índio da Costa (PSD), relata em entrevista exclusiva à Rádio 730 porque saiu do Democratas e se filou ao Partido Social Democrata. De acordo com Costa, após o pleito de 2010 que concorreu à vice-presidente da república da chapa de José Serra (PSDB), houve decisão de mudar de sigla.

Índio explica que já não cabia no DEM e afirma que o Partido, oposição ao Governo Federal “batia” independente da matéria votada, algo que o incomodava. “Se tem uma política pública excepcional do Governo, o Democrata ia lá e arrumava um problema porque era oposição”.

Segundo o ex-deputado, a postura do DEM é semelhante a do PT antes de se tornar governo, que para ele, não possuía responsabilidade de entender como funciona a máquina pública. Ele acredita que caso o Partido dos Trabalhadores volte a ser oposição tratará dos temas com forma cautelosa.

“O DEM fazia e faz oposição por oposição. Perdeu a linha”, diz o peessedista. Índio revela que em 2010, ainda em campanha, por várias vezes teve que explicar que o Democratas não era contra uma série de políticas públicas consideradas boas para o Brasil, mesmo assim, parlamentares do Partido entravam com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) apenas para fazer contraponto.

 

Insatisfeito, Índio explica que procurava um partido que não tivesse um vínculo com o governo a ponto de ser totalmente situação ou que não fizesse oposição por oposição. Com isso, o mesmo optou pelo novo PSD, fundado pelo prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que saía das questões ideológicas de direita, esquerda, comunismo, capitalismo, mas por outro lado, com definições claras. Pelo fato de não possuir mandato, Costa diz que não usou a mudança como uma oportunidade de janela.

 

Ficha Limpa

Relator do Ficha Limpa na Câmara Federal, Índio da Costa destaca a importância das redes sociais no processo de aprovação projeto. O ex-deputado diz que com a ajuda da população foram recolhidas 4,5 milhão de assinaturas. “Sem a ferramenta da rede social era impossível mudar o mudar o Brasil”.

Segundo ele, o momento é de proteger o projeto. “Não tenha dúvida de que há deputados e senadores que gostariam de acabar com o Ficha Limpa”. O pdessista relata que no dia da votação do projeto na Câmara Federal, durante o dia 430 deputados participaram da sessão, mas no momento de colocar o projeto no plenário, apenas 60 parlamentares registraram presença. Com isso, Costa recorreu ao Twitter e pediu para que os eleitores ligassem para os seus respectivos deputados informando da votação. O pedido foi atendido e o Ficha Limpa aprovado. “Rede social não é capaz de decidir uma eleição, mas é capaz de colocar as versões corretas de determinados temas que você tinha um bloqueio”.

“O objetivo do Ficha Limpa é tirar os bandidos da política, afastar pessoas que procuram o mandato para se proteger de crimes já cometidos”, diz Índio da Costa.