Sagres em OFF
Rubens Salomão

Investigação do TCU sobre consultoria aponta suposto favorecimento no MEC

Investigações feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) apontam irregularidades na atuação de consultoria contratada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Segundo a apuração, ele atuou diretamente para liberar verbas públicas do Ministério da Educação (MEC) para prefeituras, com as quais ele também tinha contrato. O volume de recursos fiscalizados pelo TCU com interferência do consultor identificado como Darwin Einsten Arruda Nogueira Lima soma R$ 1,3 bilhão.

As denúncias que originaram a investigação ocorreram em 2022, quando veio a público esquema existente no MEC para favorecer agentes privados e aliados políticos com recursos públicos. Segundo a inspeção, que teve condução do ministro-relator Walton Alencar Rodrigues,  pastores utilizariam consultoria e relações pessoais com gestores do MEC e do FNDE para obter vantagens indevidas de gestores municipais. O esquema ocorreria a partir de suposta influência na destinação dos recursos do órgão.

O consultor Darwin ou sua defesa ainda não se pronunciaram sobre o caso. As investigações do TCU foram centralizadas em um período de dois anos, entre 2020 e 2022, quando o MEC era conduzido por Milton Ribeiro e o FNDE por Marcelo Lopes da Ponte.

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Foto: Investigação do TCU aponta irregularidades em consultoria a MEC, FNDE e prefeituras. (Crédito: Flickr/TCU)

Consultoria

De acordo com o ministro-relator do TCU, ficou comprovada a não utilização do ranqueamento dos entes federados para o atendimento das demandas cadastradas no Plano de Ações Articuladas (PAR). Com base no ranqueamento feito pela consultoria,  a União presta apoio às redes públicas de educação básica, conforme os critérios estabelecidos pelo FNDE.

Simultâneo

“A equipe de fiscalização identificou a participação de um consultor contratado pelo FNDE. De forma concomitante, ele também prestava serviços de assessoramento para municípios sobre projetos em andamento na autarquia”, disse o ministro-relator Walton Alencar.

Análise técnica

Os auditores do TCU também identificaram a falta de análise técnica dos projetos pelo FNDE antes da celebração de termo de compromisso. Os documentos tiveram aprovação “sem a necessária disponibilidade orçamentária e financeira, para garantir a integral execução do objeto”.

Medidas recomendadas

O Tribunal determinou ao FNDE que novos critérios sejam colocados em prática no prazo de 90 dias. A recomendação cita mudança na forma de escolha dos municípios que terão priorização ou benefícios com o atendimento das demandas pelo Plano de Ações Articuladas.

Assinaturas

O TCU também determinou ao MEC e ao FNDE que indiquem os termos de compromisso com cláusula suspensiva. Os documentos foram assinados entre 2020 e 2022, mas ainda não aprovados definitivamente pelo Fundo. As informações devem ter encaminhamento à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional (CMO).

Correções

“Esses parâmetros propiciarão, assim, maior lisura no processo decisório da alocação dos recursos e transparência no direcionamento dos valores”, escreveu Walton Alencar Rodrigues.

Providências

“Que a Polícia Federal para adoção das providências que julgar cabíveis, caso entenda que as situações relatadas nestes autos possam auxiliar nas investigações que estão em andamento”, acrescentou.

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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU)ODS 04  Educação de Qualidade; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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