Desde que chegou ao Iporá, o técnico Edson Silva não perdeu no Campeonato Goiano. Depois da goleada sofrida contra o Vila Nova por 5 a 0 e a saída de Everton Goiano, o treinador assumiu o Lobo-guará e emplacou, do início do returno até agora, 5 vitórias e 2 empates, o que colocou o Iporá na sua primeira semifinal de Goianão.

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Mesmo sendo apontado como ‘azarão’ e ter classificado com a quarta campanha dentre os 4 semifinalistas, o técnico Edson Silva não quer que ele e o Iporá sejam rotulados de ‘zebra’, em caso de classificação para a final.

“Com toda humildade, eu não vejo por esse lado. Acho que existe um trabalho dentro do Iporá, pessoas comprometidas no dia a dia, como a diretoria, jogadores, comissão técnica. Não vejo zebra, vejo trabalho. Então, quando você tem trabalho, você tem conteúdo, dentro de uma competição muito competitiva e cada ano que passa está melhorando. Eu tenho um grupo curto, mas de homens com comprometimento muito grande”, argumentou.

A classificação do Iporá para a semifinal permitiu o clube garantir mais um ano de calendário cheio no próximo ano com a Série D, torneio que o Lobo-guará já vai disputar neste ano. Entretanto, essa conquista pode ser ainda maior, em caso de uma final do Goianão e cravar uma vaga na Copa do Brasil de 2023.

“Não é fácil, a gente sabia que o caminho era um pouco complicado e sabia que pegaríamos uma equipe grande, de Série A, com bastante jogadores de qualidade. Acho que o jogo é jogado dentro de campo, sabemos da importância do primeiro jogo dentro de casa e pensar em uma classificação, em uma Copa do Brasil, é cravar o nome do Iporá no cenário nacional. Mas, sabemos que para tudo isso acontecer tem um gigante do futebol brasileiro e de Goiás”, avaliou.

Carreira no futebol

Na carreira como treinador, Edson Silva está em sua primeira passagem pelo Iporá, mas também acumula no currículo outros trabalhos no futebol goiano pelo interior, sendo até vice-campeão do Goianão. “Estive em 2015, 2016 e 2018 na Aparecidense como auxiliar do Márcio Goiano e 2020 no Grêmio Anápolis como treinador principal. Estou aqui no futebol goiano desde 2014, porque trabalhei no Vila Nova pela Série B”, contou.

Investindo na sua carreira de técnico, Edson Silva ainda revelou que faz um curso, de forma remota, da UEFA, entidade máxima do futebol europeu. “O curso da UEFA B tem a duração de 6 meses e ele pode te levar a outro patamar como treinador, para trabalhar na Europa, em outros países, diferente dos cursos de formação daqui. Esse curso pra mim é muito importante, porque mesmo online a gente consegue evoluir, abrir a mente, dentro daquilo que tem por paixão, que é o futebol”, pontuou.

Como jogador, o lateral-esquerdo Edson Canhão, como era conhecido, passou por grandes clubes, inclusive na Europa. Dentre os times que o profissional atuou, destaca-se o Olympique de Marseille, da França, onde foi até vice-campeão da Copa da UEFA, torneio hoje chamado de Liga Europa, perdendo para o Parma, da Itália.

“Sou base do Sport Recife, cheguei em 1995, estive no River (PI) em 1997, depois fui para o Olympique de Marseilla, quando fomos finalistas da Copa da UEFA contra o Parma. Voltei para o Sport, Corinthians, Atlético-MG, depois cincos anos em Portugal, pelo União Leiria e Sporting. Estive no futebol polonês por cinco anos, retornei ao Brasil em 2009 no Náutico e 2010 encerrei a carreira no Santa Cruz”, detalhou.

Para Edson Silva, ter essa bagagem toda foi fundamental para conseguir tirar o Iporá de um rebaixamento quase que inevitável para uma semifinal de campeonato estadual. “Você chegar e passar uma mensagem, olhando no olho de cada um dos jogadores, com honestidade, convicção, passar essa experiência e eles abraçarem essa causa junto com você foi fundamental sim”, opinou.