Os últimos jogos no estádio Serra Dourada contaram com o Juizado do Torcedor, órgão que julga as ações do torcedor dentro e fora do estádio. O órgão ainda é provisório, mas a intenção é que ele seja implantado de forma permanente no estádio pelo Poder Judiciário. Com esse Juizado que já existe em sete Estados do Brasil, o torcedor que for detido pela Polícia Militar já sai do estádio com a sua pena definida.

Em entrevista exclusiva ao repórter Rafael Bessa, da Rádio 730, a Promotora de Justiça, Dr. Alessandra Melo Silva, diz que esse Juizado já era uma reinvindicação antiga. “O Juizado do Torcedor foi criado pelo estatuto do torcedor e já era uma briga antiga do Ministério Público, da Polícia Militar, e da OAB, para que essa criação acontecesse em virtude dos acontecimentos, principalmente envolvendo a torcida do Goiás”, afirma.

Ela destaca que a intenção é acontecer esse Juizado em todas as partidas em Goiânia. “Em um segundo momento, nós queremos que ele exista de forma permanente, mas por enquanto o Juizado vai acontecer em todos os jogos no Serra Dourada e o nosso objetivo é ampliar esse trabalho, não só dentro do estádio, mas também do lado de fora nessas brigas que acontecem entre torcidas”, ressalta a promotora.

A Dr. Alessandra explica que o torcedor que for detido, terá que ficar na Academia de Polícia Militar em todos os outros jogos do seu time em um período determinado pela justiça. Além disso, ele terá que chegar uma hora antes e depois só poderá sair uma hora depois da partida terminada. Nesse período, esse torcedor pode fazer algum serviço interno. Alessandra frisa que a pena varia dependendo do torcedor e do caso.

“É uma audiência anterior ao processo criminal, nós vamos fazer uma proposta de uma pena alternativa, caso a pessoa seja primária e de bons antecedentes. Uma das propostas que nós negociamos é o período em que o torcedor fica proibido de comparecer aos jogos do time dele no estádio”, explica Alessandra.

O torcedor que foi apreendido tem a opção de não cumprir essa pena, mas terá que responder a um processo e comprovar que não estava envolvido na confusão que o levou até o Juizado. Com isso, ele corre o risco de ser condenado como um crime comum. A partir disso, ele passa a ter ficha na polícia.