Que o Vila Nova não vive um bom momento dentro das quatro linhas, isso não é novidade para ninguém. Após cinco anos, o colorado está de volta à Série C do Campeonato Brasileiro mesmo tendo uma rodada por jogar ainda nesta Série B. Diferentemente das últimas temporadas quando manteve uma comissão técnica e brigou na parte de cima da tabela, em 2019 o ano foi complicado.

Além de terminar na zona de rebaixamento, o Tigre passou por muitas mudanças durante a temporada. Foram seis treinadores e muitos atletas contratados que não deram resposta dentro de campo.

Diego Jussani (Foto: Wendell Pasquetto/Sagres On)

“Quando tem muitas mudanças, quando não tem um planejamento seguido desde o começo do ano, está aí o resultado, as coisas não andam. O resultado de tudo aconteceu, nós que estamos aqui no momento pagamos por isso e agora é tentar se reerguer. Acho que o Vila é muito grande, consegue se reerguer. Sabemos das dificuldades do clube, das dificuldades financeiras, mas tenho certeza que os atletas que aqui estão irão fazer um grande 2020”, analisou o zagueiro Diego Jussani.

O atleta também revelou que os salários estão atrasados, e reiterou o que disse o meia Elias em entrevista às Feras do Kajuru após o jogo contra o Oeste.

“O último salário que recebemos foi o direito de imagem de setembro e tem mais alguns auxílios moradia atrasados também. É complicado trabalhar desse jeito. Eu já falei que quando você entra em campo você desliga totalmente, mas na hora que acaba o jogo vem tudo na cabeça. Quando você pega seu carro e vai para casa, vem o salário atrasado. Teve jogador que foi para ser dispensado na casa dele, teve atleta que teve ordem de despejo. É complicado lidar com isso, tentamos administrar isso, acho que os mais experientes do grupo conseguiram minimizar para não passar para ninguém. Mas chega um momento que você tem que expor, tem que explicar porque é impossível acontecer uma situação dessa em pleno 2019”, explicou.

Ele ainda destacou que por conta de atraso no auxílio moradia, um jogador chegou a receber ordem de despejo há alguns meses.

“Nós conseguimos abafar essa notícia quando aconteceu, mas não vou colocar nomes porque fica até chato para o profissional. A pessoa, até por orgulho, falou pra pouca gente. Depois a diretoria conseguiu minimizar esse assunto e fazer o pagamento. Eu sempre sou muito sincero, mas nesse momento não tem como eu expor o jogador aqui e colocar mais pressão sobre ele”, comentou Jussani.

Apesar da situação complicada fora da quatro linhas nessa parte financeira, o zagueiro disse ter total confiança no presidente Ecival Martins e que, mesmo não continuando no OBA em 2020, acredita que a situação será acertada.

“Eu reitero que tenho uma confiança muito grande no presidente, sempre confiei na palavra dele desde quando cheguei aqui. Ele foi um cara muito íntegro comigo, sempre me falou a verdade, então tenho certeza que ele vai fazer o pagamentos dessas dívidas. Mas a gente sabe que é histórico do Vila, sempre que o dinheiro cai na conta é bloqueado por penhora. Nós conversamos e passamos para o grupo que até entendeu, mas chega uma hora que as contas batem à porta. Não tem como ir com a camisa do Vila na padaria e trazer pão para dentro de casa, não consegue ir no supermercado e trazer arroz e feijão. Mas tenho certeza que o Ecival está muito incomodado com isso e ele vai usar isso para conseguir pagar as dívidas”, afirmou Diego Jussani.