A última partida do Vila Nova no campeonato goiano colocou fim à paciência da torcida colorada com o time. Nada satisfeita com o fraco empate por 0 a 0 com o Crac, os torcedores vaiaram sonoramente a equipe em vários momentos da partida, protestaram veementemente contra alguns membros da diretoria e entonaram o famoso grito de “queremos jogador”.

O comportamento da torcida deixou bastante visível que o clima de desconfiança voltou a anuviar os lados da Toca do Tigre. A vitória diante do Trindade e o bom desempenho do time no empate contra o Goiás haviam dado um refresco para diretoria, comissão técnica e jogadores, porém, a paz que prometia reinar no ambiente colorado não durou muito.

Bastou mais um tropeço para tudo voltar à tona. No meio disso tudo, a maior exigência da torcida é por reforços, já que o elenco colorado apresenta muitas deficiências, principalmente no setor ofensivo. De acordo com o volante Luis Marques, os próprios jogadores concordam com os pedidos da arquibancada e veem a necessidade do elenco ser reforçado.

Porém, ele ressalta que o grupo entende as dificuldades da diretoria e trabalha para superar as expectativas. “Todos nós sabemos dessa necessidade de completar o elenco, que hoje é formado basicamente pela base. Mas temos consciência que o mercado é muito exigente e caro. Se é isso que nós temos para trabalhar, então é com isso que vamos para a guerra”, comenta.

Assim como o técnico Heriberto da Cunha, Luis Marques assume um discurso mais cauteloso e aposta no comprometimento do grupo para superar o momento delicado. “O momento exige calma de todos os lados. Nós jogadores conversamos diariamente para manter o foco e seguir trabalhando sem deixar que a interferência externa atrapalhe nosso rendimento. Assim também é com a comissão técnica”, revela o volante.

 Alguns torcedores direcionaram as criticas diretamente ao técnico Heriberto da Cunha, que titubeou nas substituições e acabou tirando o volante Romário aos 25 minutos da segunda etapa depois de ter promovido sua entrada durante o intervalo. Mesmo explicando o porquê de voltar atrás, alguns vilanovense não perdoaram o comandante.

Apesar disso, Luis Marques garante que o técnico é bem quisto dentro do elenco e não vê culpa de Heriberto neste complicado início de Goianão. “A culpa não é do professor (Heriberto), é coletiva. Todos tem sua parcela de culpa no trabalho que está sendo feito, quando dá certo e quando dá errado também. Não é hora de jogar a culpa nas costas de ninguém, o ideal é falar o menos possível e trabalhar o máximo”.