Um perfil no Instagram possui um nome bastante curioso. O “Minha idade não me define” foi criado por mãe e filha. Ambas têm um objetivo em comum: mostrar que envelhecer traz mais ganhos do que perdas. Além disso, evidenciar a beleza com o passar dos anos e o caminho para fazer as pazes, oficialmente, com essa história de ficar mais velha, ou mais velho, ou de não ver o tempo e a vida passarem tão rápido.
Nesse sentido, em entrevista ao Tom Maior, a psicanalista Sylvia Loeb, de 79 anos, mãe da Carla Leirner, explica como essa ideia começou. “[Envelhecimento] É um problema das mulheres. Quando elas começam a envelhecer ficam muito assustadas. Então resolvi entrar para a internet para trabalhar com o envelhecimento e todas as coisas que acarretam o imaginário da mulher no envelhecimento, porque a mulher imagina que quando ficar velha o mundo acaba, quando ela entra em menopausa o mundo acaba. Eu queria trabalhar com isso para dizer que o mundo não acaba”, afirma Sylvia.
Assista à entrevista a seguir
O perfil, que já possui mais de 186 mil seguidores, luta contra o chamado preconceito etário, ou etarismo. Sylvia Loeb destaca que o nome vem justamente para reforçar essa luta e afastar o fantasma da idade.
“A idade está na cabeça. É isso que faz você ficar velha ou moça. Mulheres e homens também. Há homens de 35, 40 anos que já estão se achando velhos”, explica.
Sylvia, que se diz satisfeita com tudo o que fez ao longo da vida, defende a herança afetiva e as experiências que uma pessoa já viveu.
“Porque tudo o que você conseguiu até aqui, ou seja, a gente já casou, quem não casou, tem experiência do mesmo jeito. A maioria das pessoas já teve filho, já separou, já trabalhou, mudou, viveu. A gente tem um baú de experiência que é preciso valorizar”, afirma. “A idade traz para a gente mais sabedoria, se as pessoas valorizam aquilo que viveram. Você cria uma autossatisfação, porque você criou uma vida, deixou um laço, um legado, uma herança não necessariamente de dinheiro, mas uma herança emotiva e afetiva, isso tudo é um tesouro que você vem amealhando a vida inteira”, conclui.
No perfil, Sylvia dá quatro dicas para envelhecer bem.
Confira a seguir
1) Envelhecer bem não chega de presente para ninguém. É uma construção que pode ser iniciada a qualquer momento da vida. Qualquer coisa que você fizer agora vai contar muitos pontos lá na frente;
2) Faça da sua vida seu projeto de vida. Ou seja, elabore um planejamento a partir das áreas que precisam de mais atenção e comece a implementá-lo desde já;
3) Não abra mão de você, das coisas importantes que te fazem feliz. Entenda a velhice como a chance de viver um segundo ato na vida e não como um fim;
4) É preciso tentar se perdoar e entender que fez o possível em determinados momentos da sua vida. E, quem sabe, a partir daí reconstruir relações que acabaram enfraquecidas pelo tempo.
O texto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 03 – Saúde e Bem-Estar
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