A voz da insatisfação teve nome e sobrenome após a reunião ordinária do Conselho Deliberativo: Magid Fleury, conselheiro do clube que seria candidato na chapa de Gutemberg Veronez. Magid explanou contra o atual grupo que comanda o Vila Nova e não poupou emoção ao falar que morria ali uma paixão pelo clube colorado, já que agora, segundo o conselheiro, nenhum torcedor é mais “dono” do Vila.
“A partir de hoje o Vila tem donos, e não é mais a torcida que é dona do Vila. Os donos são essas pessoas que estão aí, são eles que vão ter que prestar serviço e levar o Vila à títulos. Eles assumiram essa responsabilidade e não deixaram pessoas trabalharem pelo Vila, não deixaram ter candidatura própria, em todos os momentos tentamos o acordo e não quiseram. Tem que respeitar, eu fui ameaçado na minha vida particular, intimidado por certas pessoas do Vila porque defendo o clube até debaixo d’agua”
As ameaças que Magid teria recebido vieram de dentro do Vila Nova e também de alguns grupos de torcedores, que estariam ao lado do grupo atual. Magid também não poupou críticas a uma parte da imprensa, que segundo ele, “achincalhou” o grupo que pretendia se candidatar sem nem conhecer os membros que fariam parte. O conselheiro entende que não se conhece bem é quem está hoje no clube, já que não existe uma prestação de contas para mostrar o caráter de quem comanda.
“O Vila tem o direito de ser organizado, para crescer. Uma Chapecoense chegou à Série A, o Icasa quase beirou, então o Vila precisa se organizar. A partir do momento que não há prestação de contas, como que se faz isso, como que se dirige um clube sem prestação de contas? Não houve nada disso e já são seis meses. Nós afastamos um presidente porque o COF foi atuante, e hoje, quando o COF cobra alguma coisa, muita gente fica rindo. Quem não deve, não teme”
Magid fez questão de destacar que é conselheiro do clube desde 1995 e que, portanto, não caiu de paraquedas no clube, como muitos acreditavam, e por isso, detonou que as contas no clube não são aprovadas desde 2004, quando o grupo de Leonardo Rizzo e Newton Ferreira assumiu o clube pela primeira vez. Magid, inclusive, levantou uma suspeita ética sobre a candidatura de Sizenando Ferro, presidente que não teve contas aprovadas e que será membro do COF.
“É justo determinadas pessoas que tem contas não aprovadas, e não estou dizendo que eles fizeram coisa errada ou não, mas as contas não foram aprovadas desde dois mil e tantos. É ético uma pessoa que eu tenho até amizade, que se chama Sizenando Ferro, se candidatar a membro do COF se ele não teve contas aprovadas? Peraí, gente, nós não somos nenéns como o senhor Newton Ferreira falou, não somos amadores não. Meu coração agora sangra pelo Vila”
