O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram, na terça-feira (31), os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2022. O componente curricular é obrigatório para estudantes que estão finalizado cursos de graduação e avaliou no ano passado o ciclo do Ano III.

A prova do Enade é trienal e em 2022 avaliou o Ano III, composto de cursos de bacharelado das ciências sociais aplicadas, ciências humanas, tecnologia e produção cultural e design. 

Portanto, os cursos do ciclo avaliativo do exame são: administração, administração pública, ciências contábeis, ciências econômicas, direito, jornalismo, psicologia, publicidade e propaganda, relações internacionais, secretariado executivo, serviço social, teologia e turismo.

Além disso, realizaram a prova os estudantes de design de interiores, design gráfico, design de moda, gastronomia, marketing e processos gerenciais. Mas ainda, os formandos de tecnologia das áreas de comércio exterior, gestão comercial, gestão da qualidade, gestão pública, gestão de recursos humanos, gestão financeira e logística.  

Resultados 

Os graduandos responderam Questionário do Estudante e prova com itens comuns aos cursos de todas as áreas e específicas de cada formação. Segundo o balanço do MEC, a maioria dos concluintes na educação presencial tinha até 24 anos. No ensino à distância (EaD), no entanto, predominou a faixa etária de 31 aos 40 anos. 

O MEC apontou alguns resultados satisfatórios que atingiram “médias  nacionais próximas às esperadas”, pois a expectativa é que as notas cheguem aos 60 pontos. Comunicação social – jornalismo (56,89), secretariado executivo (57,82) e turismo (54,03) e tecnologia em design de moda (60,04).

O Enade 2022 recebeu inscrições de 594.013 estudantes de 26 áreas entre licenciaturas, bacharelados e cursos tecnológicos. Os resultados de cada curso estão disponíveis no site do Inep.

Perfil socioeconômico

O Questionário do Estudante contém perguntas que traçam o perfil socioeconômico dos graduandos. Ele mostrou que 1,6% dos estudantes que colaram grau no passado eram beneficiários de subsídios ou financiamentos públicos.

Outros dados relevantes do questionário é que 43,1% dos concluintes de instituições privadas receberam algum tipo de bolsa. Do percentual, 18,2 % dos das instituições públicas e 2,8% de instituições privadas receberam auxílio permanência. Os financiamentos disponíveis para o ensino superior alcançaram 9,9% dos estudantes.

Informações gerais também são extraídas do documento.  O MEC agora sabe que a maioria eram mulheres (59,6), brancas (52,9%) e solteiras (67,9%). Sabe ainda que 67,2% eram filhos de pais sem graduação, que 69% eram pessoas com renda familiar entre 1,5 e 4,5 salários mínimos e 51,4% trabalhavam 40h semanais ou mais.

Avaliação do ensino superior

O Enade avalia de forma geral o sistema de formação superior do país, responsável pelo desenvolvimento de competências e habilidades profissionais. Com os resultados, o MEC pode melhorar a qualidade da educação superior e aplicar políticas para melhorar  processos pedagógicos das instituições federais.

Ministro da Educação, Camilo Santana afirmou que os dados são importantes para avaliar os cursos e as áreas de formação.

“Nós apresentamos o Enade já no início deste ano referente a 2021, que foi o ano das licenciaturas, e mostramos o nível de qualidade baixa das licenciaturas. Portanto, o MEC está fazendo uma série de mudanças e já anunciamos uma novidade que a partir do ano que vem a avaliação da licenciatura será anual, pela importância que temos que ter com essa formação”, contou.  

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de qualidade.

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