O atual prefeito Iris Rezende decidiu se aposentar da política e não concorre à reeleição em Goiânia. No entanto, parte das obras iniciadas na gestão do emedebista precisarão ser concluídas nos próximos anos pelo novo prefeito ou nova prefeita da capital. É o que analisa a conselheira do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), Fernanda Mendonça.

“A gente tem uma cidade em obras e que a maioria dos candidatos estão dizendo que vão dar continuidade a essas obras. Acho que não poderia ser diferente, afinal uma das coisas que a gente sempre critica é o fato de que o prefeito que assume uma gestão não dá continuidade às obras do outro prefeito. Nada mais justo já que foi investido um capital significativo que essas obras sejam concluídas”, afirma.

Leia também:

Goiânia tem 16 candidatos a prefeito; confira a lista

À exceção do BRT, que visa ligar a cidade de norte a sul por meio do transporte coletivo, outras obras como a continuação da Avenida Leste Oeste e o elevado da Avenida Jamel Cecílio privilegiam o automóvel e outros veículos automotores. A conselheira Fernanda Mendonça acredita que a Goiânia do futuro precisa andar na contramão do investimento no transporte individual.

“Esse planejamento centrado no automóvel, na construção de viadutos, de grandes vias, isso ainda é um pensamento retrógrado. A gente não está vendo ser cumprida a lei nº 12.587 que é a lei da mobilidade, que pede que a prioridade seja dada aos não motorizados, aos modos coletivos e, em última instância, o automóvel”, avalia.

De acordo com a conselheira do CAU-GO, o próximo prefeito ou prefeita precisa concluir as obras e pensar uma capital para as pessoas, com menos prioridade aos veículos automotores, e lamenta que a mobilidade urbana tenha sido um dos assuntos menos repercutidos pelos candidatos na campanha eleitoral.

“Tenho ouvido falar de saúde, de educação, isso é prioritário, mas eu não tenho ouvido falar como que as pessoas irão chegar na saúde e na educação se quase ninguém tava falando sobre mobilidade. Temos que pensar uma cidade mais acolhedora aos seus habitantes, que possa dar espaço às pessoas. Os planos de governo precisam ser amplamente revistos, precisam deixar de ser genéricos. Melhorar é uma coisa muito genérica. Para qualquer ação de melhoria, é preciso recursos, e que isso seja discutido com a população amplamente, porque o que a gente vê é que a população não participa dessa discussão porque ela não sabe que está acontecendo”, conclui.