Nem Kylian Mbappé, nem Harry Kane. No duelo mais esperado até aqui da Copa do Mundo de 2022, entre as duas melhores seleções europeias no momento, a estrela de Antoine Griezmann ofuscou a dos artilheiros de França e Inglaterra.

Melhor jogador do Mundial da Rússia, o camisa 7 francês se credencia a ser o craque do torneio no Catar. A Copa das zebras e surpresas é também a Copa dos coadjuvantes. E não tem melhor coadjuvante nesta edição do que Griezmann.

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Inclusive, não faltam coadjuvantes para a França de Mbappé. Não é segredo para ninguém que Didier Deschamps entregou as chaves do time para o camisa 10, que realmente assumiu a responsabilidade e, não à toa, é o artilheiro da Copa.

Contra a Inglaterra, o atacante do Paris Saint-Germain teve marcação especial, sempre acompanhado por Kyle Walker. O inglês até fez um bom trabalho, mas o craque francês conseguiu se adaptar e ser útil para a sua equipe.

A jogada do primeiro gol, marcado por mais um coadjuvante, Aurélien Tchouaméni, que, não satisfeito em substituir à altura Casemiro no Real Madrid, também tomou conta do meio-campo gaulês, desfalcado de Paul Pogba e N’Golo Kanté, teve a marca de Mbappé.

Hugo Lloris, que passou Lilian Thuram como o jogador com mais partidas pela seleção francesa – 143 neste sábado (10) -, é também mais um importante coadjuvante. O goleiro fez defesas decisivas para assegurar a vantagem – seis ao todo.

Olivier Giroud foi outro coadjuvante que roubou a cena de Mbappé. Foi do camisa 9 o gol da vitória francesa, que levou o time à semifinal pela segunda vez seguida. Ele, que passou em branco na Rússia, chegou a quatro no Catar, e disparou na artilharia histórica dos Bleus.

Em comum nos gols de Tchouaméni e Giroud, a visão, a técnica e a decisão de Griezmann. O jogador do Atlético de Madrid ainda não foi às redes neste Mundial, mas é o líder de assistências da competição. Duas delas aconteceram hoje.

Também líder em passes para finalizações e grandes chances criadas, o camisa 7 francês é o verdadeiro coração do time. Ponta-esquerdo de origem, se transformou em um dos grandes segundos atacantes da última década, mas agora é cada vez mais um meia.

No 4-3-3 disfarçado de 4-2-3-1 de Deschamps, Griezmann é o ponto de equilíbrio para permitir que Mbappé não precise compor a segunda linha de marcação e ficar em posição para puxar os fatais contra-ataques franceses.

Enquanto Rabiot fecha o corredor esquerdo, é Antoine quem recua para apoiar Tchouaméni na frente da defesa. Não é raro vê-lo até mesmo dentro da própria área quando o seu time está sem a bola. Quando recupera a posse, é o organizador e criador dos ataques.

Sacrifício, determinação, liderança, personalidade e leitura de jogo de quem entende que já não é mais o principal jogador da equipe como em 2018, mas que ainda pode fazer a diferença. E é exatamente isso o que o melhor jogador da Copa vem fazendo.

Antoine Griezmann.

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