No próximo sábado (15), Vila Nova e Paysandu se enfrentam pela 2ª rodada da Série C do Campeonato Brasileiro, às 17h, no estádio Onésio Brasileiro Alvarenga. O confronto coloca a equipe colorada mais uma vez diante de Hélio dos Anjos. Desde o ano passado no ‘Papão da Curuzu’, o ex-treinador de Goiás, Atlético Goianiense e do próprio time do OBA conversou com o comentarista Charlie Pereira à Sagres sobre o seu retorno à Goiânia.

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Vila Nova

Com a base da equipe que caiu nas quartas de final da terceira divisão em 2019 preservada, o treinador bicolor ressaltou que “o planejamento do Vila foi totalmente diferente do Paysandu. Montamos um grupo em janeiro e 99% dele foi mantido. O Vila fez um grupo para o regional e tinha noção que precisaria reforçar. Hoje, montou um elenco praticamente de Série B para disputar a Série C. Os jogadores são interessantíssimos, principalmente os que vieram de outros estados em relação à experiência”.

Preocupado com seu próximo adversário, Hélio destacou ainda que “estou esperando uma equipe como a do Vila crescer muito dentro da competição e também estou esperando um jogo dificílimo. Assisti Vila e Manaus, vi as opções que o Bolívar teve no decorrer da partida e sei que tem jogadores que ainda estão se integrando dentro da filosofia de jogo. É o segundo clássico: fomos ‘premiados’ com dois clássicos de cara na Série C e, paralelo a isso, decisões no Campeonato Paraense”.

No Parazão, inclusive, o seu time perdeu o primeiro jogo da semifinal por 3 a 2, na última quarta-feira (12), quando usou apenas seis titulares desde o início. “A prioridade é sempre o próximo jogo. Após o Paragominas, a prioridade será o Vila e pode ter certeza que iremos com o que temos de melhor, porque vejo um campeonato muito complicado para ficar priorizando uma semifinal de Campeonato Paraense nesse momento. Temos uma estrutura de clube e elenco para segurar muito bem as duas competições”, frisou.

Questionado sobre haver algum favorito no jogo deste sábado, Hélio garantiu que não e “de maneira alguma, em qualquer campo. Vamos jogar na casa do Vila, mas muito longe de temor ou favoritismo de A ou B, e estaria falando da mesma forma se estivesse enfrentando o Vila dentro da Curuzu ou no Mangueirão. É jogo de camisa pesada e de verdadeiros postulantes a uma das quatro vagas, pode ter certeza disso”.

No OBA, também reencontrará ex-jogadores seus. “Trabalhei com dois exemplos maravilhosos de profissionais. Um é o Pedro Bambu, e todo mundo sabe o carinho e a admiração que tenho por esse atleta. O Adalberto também, que é um jogador de perfil de luta e dedicação. O John Lennon praticamente nós que o colocamos para jogar em 2011 e foi um grande adversário pelo Juventude no ano passado. Sabemos da qualidade dos jogadores do Vila e do trabalho, e estou muito preocupado por esse jogo”, afirmou.

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Comandados ex-vilanovenses

Se por um lado já trabalhou com alguns atletas que hoje estão no Vila Nova, Hélio conta com diversos ex-colorados, a exemplo do zagueiro Wesley Matos, os volantes Caíque e PH e os atacantes Vinícius Leite e Mateus Anderson. Tem no seu elenco ainda outros conhecidos do futebol goiano, como os laterais Tony e Bruno Collaço, ambos ex-Goiás, e o atacante Erik Bessa, destaque do Jaraguá no Campeonato Goiano no primeiro semestre.

Sobre Mateus Anderson, ponderou que “sempre achei um bom jogador, acompanhando como adversário e as participações no Vila. O Mateus tinha algumas funções muito preso à linha lateral em função das questões táticas e do modelo de jogo que o Vila tinha de acordo com os seus treinadores. Já está sendo agradabilíssimo de trabalhar: primeiro que é um baita profissional, com uma humildade muito grande, mas a mobilidade que está dando ao meu time já é tudo o que queria”.

“Nesse setor, sempre tive um jogador de profundidade, e queria um jogador de mobilidade. ‘Ah, mas o Mateus joga muito na linha’, mas aqui não, aqui ele tem outra situação e já fez dois gols dentro da grande área chegando do lado oposto, e é um jogador, atleticamente falando, muito preparado. Sinceramente, no Goiás e no Atlético, eu falava ‘mas por que a torcida pega tanto no pé desse menino? É um jogador da casa, com potencial’. Estou muito feliz com a contratação dele”, destacou o treinador.

Outro jogador contestado no Vila Nova e que hoje brilha no Paysandu, “o Vinícius fez um trabalho no ano passado sensacional. Quando chegamos, criamos outra situação na equipe no posicionamento de dois jogadores ofensivos: o Nicolas e o Vinícius. Quando cheguei, o Vinícius jogava muito pelo lado direito e não estava tendo uma sequência muito grande, eu mesmo o coloquei em alguns jogos e o tirei. Quando reposicionei o Nicolas, da beirada esquerda para ser centroavante, coloquei o Vinícius na esquerda”.

“Consequentemente, o nosso time deslanchou com números ofensivos muito bons. O Vinícius só precisa se ligar um pouquinho: sempre falo que o parafuso de ligar dele tem que ter uma curva a mais, mas é um belíssimo jogador. O clube, inclusive, está muito feliz e renovou o contrato muito bem pelo que ganhava quando veio. Até surgiu uma onda aqui que o Avaí o estava contratando. Respeito o Avaí, mas não tem condições dele oferecer o contrato que o Vinícius tem aqui e pagar a multa”, ressaltou Hélio.

Na defesa, além de Perema e Micael, titulares na sua formação desde o ano passado, tem Wesley Matos. Segundo Hélio, “trabalho com três zagueiros do mesmo nível e eles vêm jogando normalmente. O Wesley tem sido muito positivo e nada diferente do que tive de informações: capacidade técnica, liderança de exemplos muito grande e estou muito satisfeito. Principalmente neste mês estou revezando eles e, inclusive, acredito que as duas próximas partidas o Wesley deva jogar”.

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Onésio Brasileiro Alvarenga

Parêntese também o local do jogo deste sábado, onde Hélio recordou uma vitória sobre o Trindade no Goianão de 2011, em “um campo cheio, com tudo muito bonito. Foi uma festa muito legal naquele início de trabalho no estadual, tanto que o professor Edmar (Vasconcelos, auxiliar técnico e então treinador interino), quando fui para o Sport, acabou dando sequência. Acredito que o Onésio esteja até mesmo muito melhor em termos de gramado e estrutura do que naquela época, e é mais uma dificuldade que enfrentaremos”.

Confira a entrevista de Hélio dos Anjos à Sagres na íntegra