O engenheiro Everton Schmaltz é o novo secretário de Infraestrutura Urbana de Goiânia. Em entrevista à Sagres, nesta segunda-feira (10), ele falou sobre a atual situação da pasta e as projeções de entrega das obras que estão em execução em toda a capital.

Segundo o titular, o calendário de entrega das construções segue sem alterações, dando sequência ao planejamento feito pelo ex-secretário, Fausto Sarmento. Ele afirmou que todas as obras devem seguir o cronograma, com exceção de alguns trechos do BRT que necessitam de nova licitação.

“O contrato 1, que referente ao trecho do Terminal Isidória ao Terminal Cruzeiro, houve um desacordo contratual. Foi feita a rescisão do contrato, tendo sido executadas 8% das obras, e terá uma nova licitação, por isso não temos um prazo,” revela o secretário.

Sobre outras obras que estão em andamento na cidade, como as do anel interno da Praça Cívica, Terminal Isidória e viaduto da Enel, por exemplo, o novo secretário deu detalhes e ratificou que serão executadas dentro dos prazos.

Confira:

Confira a entrevista na íntegra:

Cileide Alves: Tínhamos feito um balanço com Fausto Sarmento, que informou que algumas obras ficariam prontas em 30 dias, em fevereiro, outras em seis meses. Existe alguma mudança?

Everton Schmaltz: Sobre o BRT, ele foi dividido em dois lotes. São, na verdade, dois contratos. O lote 2 é do Recanto do Bosque até o Terminal Isidória. O contrato 1 é do Terminal Isidória ao Terminal Cruzeiro. Nesse último houve um desacordo contratual. Foi feita a rescisão do contrato, tendo sido executadas 8% das obras, e terá uma nova licitação. Mas o trecho 2 está bastante adiantado. 

Em relação ao trecho da Avenida Goiás até a Praça Cívica, houve aquela questão do Iphan. Foi uma solicitação feita no início do ano e somente no final de novembro que tivemos a devida liberação para dar continuidade às obras. Isso é algo que a partir de janeiro essa programação que seria das estações já vai começar a ser elaborada para que as obras possam também ser iniciadas. Isso nós estamos colocando uma execução de acordo com a previsão feita para praticamente o meio do ano, acho que já teremos concluído essas estações da Avenida Goiás e da Praça Cívica. 

Os outros trechos, o viaduto da Avenida Goiás com a Perimetral está em fase bem adiantada. As obras estão em completo andamento, mas em função de ser uma obra de certa complexidade, que envolve muito tráfego, a previsão de conclusão seria dentro de dois meses, colocando a total viabilidade da utilização do sistema viário.

Do BRT, seria isso. Estamos falando aqui de estarmos até o meio do ano com o trecho 2 praticamente concluído. Outra questão que sexta-feira discutimos com o secretário André, que cuida da sistematização, é sobre a necessidade de finalização de todos os sistemas de operação das unidades em conjunto com a própria empresa, porque a parte civil pode ser entregue, mas deve ser entregue também com a sistematização toda concluída também para que seja funcional. 

A Leste-Oeste realmente tem essa razão, da não previsão ainda correta da finalização em função de que a interligação da BR-153 tem parâmetros que têm que ser considerados de forma conjunta com o próprio Dnit e a operadora. Vamos avançar nisso para que, paralelamente ao andamento das obras, a gente consiga mitigar o tempo e que a alça possa ser feita no menor tempo possível. Imagino que não deve mudar a programação que o ex-secretário afirmou.

Com relação ao Complexo Luiz José Costa, da 136, essa obra tem vários pontos de interligação e possui muitos serviços a nível de acabamento. Ou seja, quando se fala que a obra está quase concluída, a maior parte está, apesar de que o mal tempo nos últimos dias possa ter prejudicado um pouco, avançou-se muito na questão da colocação de capa asfáltica, execução de meio-fio. Na semana passada, sentei com o pessoal da gestão da parte elétrica para que já inicie todos os estudos de finalização e colocação da parte de iluminação e segurança.

Com relação à liberação dessa alça, tem essa possibilidade, estamos trabalhando em cima disso, só que fiz uma recomendação para que ela seja liberada com todos os aspectos de segurança, seja com a colocação de guard rails, com a parte de iluminação, de sinalização, que estejam totalmente concluída para que dê total segurança para quem for utilizar. E ao mesmo tempo ela teve na semana passada uma reprogramação para tentar promover uma redução maior nesse tempo de entrega, que deve ser entre um mês ou pouco mais.   

Cileide Alves: Sobre essa alça, muita gente questionou a falta de pista para ciclistas e pedestres. Isso será um problema naquele local?

Everton Schmaltz: Eu não discuti essa questão com o pessoal da mobilidade, mesmo porque o que está se executando já é um projeto concluído. Se a gente for tentar alocar qualquer outro modal em cima de um projeto que já está concluído, implicaria em novos estudos. Não tenho conhecimento se esses estudos existiam antes, mas é um alerta para ver se existe essa viabilidade. Em sendo feito, a gente vai finalizar essa complementação, caso caiba no projeto. Agora, pelo projeto atual, a gente verifica que realmente não foi previsto isso.

Cileide Alves: E as outras obras?

Everton Schmaltz: O projeto de reestruturação de pavimentos de Goiânia foi de suma importância e vai continuar sendo no que diz respeito à redução de problemas no pavimento. A gente tem observado que quando olhamos os outros anos, a quantidade de reincidência chegou a ser bem maior do que existe hoje. Com esse projeto foram repavimentados quase 1 mil quilômetros, seria a distância daqui até São Paulo, de reestruturação de pavimento na cidade de Goiânia, principalmente nos eixos principais, locais que possuem grande volume de trânsito e que necessitavam que isso fosse feito.

Então, foi um ganho muito grande em relação à melhoria da qualidade das vias de tráfego na capital. Evidente que para a gente alcançar o horizonte ideal teríamos que fazer muito mais, porque historicamente o pavimento geral de Goiânia é antigo. Então, de tempos em tempos é feito esse tipo de trabalho de reestruturação. Todavia, como foi feito a nível de um projeto maior, e já foi cumprido 75% dele, foi um ganho muito grande em relação à recuperação de pavimento. 

Cileide Alves: Esses 25% restantes?

Everton Schmaltz: Esses nós estamos aguardando provimento. A gente sabe a importância que é e estamos trabalhando nesse sentido, para que a gente possa cumprir esses 25%, que dão em torno de 200 quilômetros de pistas recuperadas. 

Cileide Alves: O ex-secretário disse que se preocupava muito com o provimento financeiro. O senhor dará continuidade ao pedido de empréstimo?

Everton Schmaltz: Depende do planejamento que está sendo feito pelo próprio Paço Municipal. A gente fica restrito a esse macroplanejamento que lá existe. Todavia, quero pegar tudo isso detalhadamente, apresentar e tentar ao máximo possível, deixando claro a extrema importância e alta funcionalidade que a gente conseguiu gerar com a aplicação desse recurso.

Cileide Alves: Como ficou a questão dos servidores da Seinfra emprestados para a Comurg?

Everton Schmaltz: Na verdade, nós temos que entender que a nossa função é servir a população e tentar enxergar a Prefeitura como uma peça única. Se não houver condições em que a Seinfra possa continuar com os funcionários da Comurg, tem que haver outra alternativa para que não ocorra o fato de os serviços necessários não sejam prestados. Então, alguma alternativa equilibrada realmente vai ter que existir. 

Do nosso lado, não temos intenção de criar atritos. Tenho o entendimento claro do funcionamento de grupo, de parcerias, olhando exclusivamente o bem comum. Dependendo de todas essas situações, nosso grande mediador é o próprio Paço Municipal. 

Cileide Alves: Em que pé que está essa negociação para que seja resolvido?

Everton Schmaltz: Eu tive uma tratativa recente com o vice-presidente da Comurg, conversamos sobre o assunto, vamos lançar uma modalidade de planejamento em conjunto para evitar que esse tipo de coisa ocorra e persista. O ideal, talvez, seria já no início deste ano, já trabalhar com esse planejamento, com total visibilidade da distribuição de recursos e de pessoal, e chegar num consenso a partir de agora de maneira planejada, e não de ter que atender necessidades com urgência. 

Eu creio que isso passa por um ajuste administrativo e que é tremendamente importante porque, afinal de contas, a principal finalidade nossa é o bem da população, e o que menos interessa à população é se existem problemas internos. O que deve ocorrer é soluções internas. 

Cileide Alves: A proporção é essa mesmo, 70% dos servidores da Seinfra são da Comurg?

Everton Schmaltz: Não tenho números ao certo. O que nós aventamos em uma primeira conversa foi exatamente que existe essa questão. Estamos dispostos a realmente fazer um consenso e um planejamento bem mais efetivo ao longo de todo esse período para que não haja qualquer tipo de desgaste de forma alguma. E o serviço possa ser prestado à população da melhor maneira possível.

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