OPINIÃO JOSÉ CARLOS LOPES
Na escola, o aluno passa horas e horas absorvendo o máximo possível de conteúdo com o objetivo de alcançar a nota 10 nas provas, exames, TCCs e teses. O estudante nota 10 precisa ser inteligente, dedicado e esforçado.
No futebol, o camisa 10 precisa ser o craque do time. É preciso ter categoria e uma qualidade técnica diferenciada. O número 10 foi mistificado na cultura futebolística graças a Pelé na Copa do mundo de 1958. Com a camisa 10, o jovem de 17 anos foi campeão mundial pela primeira vez. Virou Rei. Após a conquista na Suécia, a camisa 10 tornou-se um símbolo nacional. O legado de Pelé se estendeu pelo mundo afora. A partir daí os atletas talentosos de outras seleções passaram a usar a camisa com o mesmo número.
Os torcedores de futebol eternizaram o número 10. Nas casas de materiais esportivos, lojas dos clubes e dos estádios, nos camelôs, a camisa 10 é mais comercializada. Entre os colecionadores ela está sempre na prateleira de cima. É artigo de luxo. Vale ouro!
Os clubes de futebol sonham com um camisa 10 competente. Contudo, atualmente poucos conseguem tê-lo. Os verdadeiros atletas de armação, que merecem a camisa 10 por excelência, estão escassos. Para alguns analistas eles estão em extinção. Por isso, quando uma equipe encontra um maestro precisa valorizá-lo.
O Goiás perdeu recentemente o seu camisa 10. Elvis, misteriosamente, pediu para sair e foi para a Ponte Preta disputar a Série B. O Goiás sentiu a falta dele. Os jogadores testados na posição pelo técnico Jair Ventura não deram conta do recado, inclusive o armador Luan Dias.
No apagar das luzes para a inscrição de novos atletas a diretoria do Goiás fez um grande esforço. Contratou junto ao Criciúma, Marquinhos Gabriel. O experiente jogador de 32 anos já vestiu camisas de clubes tradicionais do futebol brasileiro como Santos, Corinthians, Cruzeiro e Vasco. Nota 10 para os dirigentes esmeraldinos!
Marquinhos Gabriel estreou pelo Goiás no último sábado (27) na vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-GO, no Estádio Hailé Pinheiro. O novo camisa 10 do Verdão arrasou. Foi o melhor campo. Deu duas assistências: uma para o Caetano, gol validado, e outra para o Pedro Raul, gol mal anulado pelo VAR, além de ter marcado marcou o segundo gol da partida. Aliás, o Goiás ganhou os dois clássicos do Atlético-GO no Brasileirão com gols dos camisas 10: Elvis no primeiro jogo e agora Marquinhos Gabriel.
O camisa 10 tem muito valor. Quem tem, cuida bem dele. Quem o encontrar, guarda debaixo de sete chaves… ou melhor, debaixo de 10 chaves!
