Improvável, do latim improbabilis. Significado: que tende a não acontecer; que pode não ocorrer; incerto. Que não se consegue provar; impossível ou inacreditável.

Para a seleção japonesa, essa palavra não existe. Primeiro, com a surpreendente vitória sobre a Alemanha na estreia. Depois, com a igualmente surpreendente derrota para a Costa Rica. Por fim, nova vitória de virada por 2 a 1, desta vez sobre a Espanha. Não bastasse tudo isso, a liderança no ‘grupo da morte’ do Catar.

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Presença regular na Copa do Mundo desde a sua estreia, em 1998, esta não foi a primeira vez que o Japão superou o improvável. Em sete participações, os asiáticos superaram a fase de grupos pela quarta vez, a segunda seguida. No entanto, os históricos triunfos em cima de seleções campeãs mundiais são feitos inéditos.

Ambos os resultados, inclusive, foram conquistados em um palco emblemático para o futebol japonês: o estádio Khalifa. Três décadas atrás, pela última rodada das Eliminatórias para o Mundial de 1994, o Japão sofreu o empate do Iraque aos 45 minutos do segundo tempo, frustrando os planos do país de disputar sua primeira Copa.

Aquele 28 de outubro de 1993 ficou conhecido como ‘A Agonia de Doha’. Quase 30 anos depois, o Japão voltou ao icônico estádio catari e, diante de duas potências do futebol mundial e candidatas ao título, provou que o improvável não faz parte do vocabulário dos ‘Samurais Azuis’. Duas vitórias históricas.

Nesta quinta-feira (1), tudo o que os japoneses precisaram contra os espanhóis foram de três minutos. Após um primeiro tempo apático, em que sequer chutou contra o gol adversário, o treinador Hajime Moriyasu – que inclusive estava em campo naquela partida contra o Iraque, 29 anos atrás -, fez uma aposta arriscada no intervalo e triunfou.

Enquanto Ritsu Doan substituiu Takefusa Kubo, o atacante Kaoru Mitoma entrou no lugar do lateral Yuto Nagatomo, deixando a formação japonesa com cinco atacantes. E a dupla foi decisiva para a virada: Doan marcou o gol do empate, aos 3’, e Mitoma deu a assistência para o gol da vitória, aos 6’, nas únicas finalizações ao gol da equipe asiática.

Com incríveis 82% de posse de bola, a Espanha dominou o jogo, mas perdeu o controle por apenas três minutos, fatais para a derrota, que a tirou da chave do Brasil. Já o Japão superou um trauma do passado para fazer história. Se o caminho dos ‘Samurais Azuis’ para por aqui, ainda não sabemos, mas eles já provaram que não temem o improvável.

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