A Justiça de Goiás aceitou denúncia do Ministério Público Estadual (MP-GO), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na Operação Vendilhões, que investiga desvio de dinheiro por parte da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) proveniente de doações de fiéis. Confira a seguir

A denúncia foi aceita pela juíza Placidina Pires, da Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, no âmbito da operação.

A magistrada determinou que o padre Robson de Oliveira Pereira e mais 17 pessoas (Rouane Carolina Azevedo Martins, Gustavo Leonardo Naciff do Nascimento, Anderson Reiner Fernandes, Celestina Celis Bueno, Adrianne de Oliveira Pereira, Rodrigo Luis Mendoza Martins Araújo, Onivaldo Oliveira Cabriny Costa Júnior, Gleysson Cabriny de Almeida Costa, Bráulio Cabriny de Almeida Costa, José Pereira César, Paulo César Campos Corrêa, Ana Verônica Mendoza Martins, Anderson Mateus Reiner Fernandes, José Celso Pereira, Elice de Oliveira Pereira, Jeferson de Oliveira Pereira e Joselice de Oliveira Pereira Carvalho) sejam citadas no processo.

Agora réu, o Padre Robson é apontado como o líder de uma organização criminosa que se estruturou em torno da Afipe e de empresas ligadas à associação, e que tinha o objetivo de desviar recursos oriundos de doações de fiéis.

Segundo o promotor de Justiça Sandro Henrique Silva Halfeld Barros, o recebimento da denúncia implica alteração de status. “O que era investigação agora passa a ser processo. Agora, os investigados passam a ser réus. Existem outros crimes em investigação e serão oferecidas novas denúncias sobre outros fatos que continuam ainda em investigação”, afirmou. 

Segundo a denúncia, o líder do suposto grupo criminoso possivelmente seria o padre Robson de Oliveira Pereira, que, no ano de 2004, organizou a criação da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), inicialmente com o propósito de expandir e divulgar o trabalho evangelização da Igreja Católica, mais precisamente, do Divino Pai Eterno. 

A defesa do padre Robson, representada pelo advogado Pedro Paulo de Medeiros, mantém o posicionamento de tranquilidade em relação à denúncia. “Nada mudou. Continuamos tranquilos. Nunca houve ilegalidade”, afirma. “O tribunal, por unanimidade, falou que não tem crime nenhum, que não tem qualquer ilegalidade, decisão esta que foi proferida por unanimidade, e que vai ao Superior Tribunal de Justiça para ver se conrma ou não”, armou o advogado Pedro Paulo de Medeiros. “Neste interregno, o Ministério Público e a Juíza querem iniciar um processo com base em nada, porque não tem crime nenhum”, conclui.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da Afipe, mas não recebeu resposta até esta publicação. O espaço segue aberto para qualquer manifestação.