A Superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, deu entrevista ao Sagres Sinal Aberto nesta manhã (25) para detalhar os passos do Governo de Goiás, que recebeu ontem mais de 80 mil doses de vacinas. Além disso, o Estado entra agora na corrida agora para negociar vacinas diretamente com os laboratórios. Flúvia explicou que a pretensão do Estado é vacinar 1 milhão de pessoas do grupo prioritário. “Com isso a gente diminuiria a pressão nos serviços de saúde, então o que a gente quer hoje com essa vacina prioritariamente, diminuir óbito, diminuir internação”.

“A depender da vacina, poderão ser 1 milhão ou 2 milhões de doses, porque a gente tem, por exemplo, a vacina da Janssen que, provavelmente, vai ser liberada pela agência reguladora americana nesta semana, que é uma dose só. Então, a depender da vacina que for comprada, poderão ser 1 milhão ou 2 milhões de doses. Mas a proposta é vacinar 1 milhão de pessoas”.

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Flúvia afirmou que a velocidade em que ocorre a vacinação é determinante para o controle da pandemia. Ela explicou que da maneira como tem sido feito, de maneira fragmentada, não é possível diminuir o número de pessoas doentes, a taxa de transmissão e, ainda, o surgimento de novas variantes. “Para a vacinação gerar impacto, a gente precisa fazer isso de forma mais célere”.

Mesmo assim, a secretaria preferiu não dar um prazo para que o Estado de Goiás consiga as doses. Segundo ela, primeiro é necessário escolher qual vacina ou quais serão utilizadas e depois saber se os laboratórios tem capacidade de fornecer a quantidade necessária no tempo preciso.

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“Mas eu sei que todos os governadores estão querendo vacinar sua população, para voltar a normalidade, para a economia voltar a girar, então vai ter sim um querer de que a coisa ande rápido, mas não dá pra determinar prazo”.

Com o movimento dos Estados para a compra dos imunizantes, uma preocupação é se um determinado local pode acabar sem doses para seus cidadãos. Por isso, Flúvia entende que a compra dos governadores juntos pode ser a solução. Ela afirmou que ideal seria que o Governo Federal estivesse a frente das negociações, mas que, no momento, é o que precisa ser feito.

Doses recebidas

Goiás recebeu ontem 81,8 mil doses de vacinas, sendo 53 mil da AstraZeneca e 28,8 mil da CoronaVac. A distribuição dessas doses começa hoje e com elas, todos os idosos acima de 80 serão vacinados, além de alguns com 78 e 79 anos. “Nós temos hoje no Estado de Goiás, com 80 anos ou mais, aproximadamente, 60.200 pessoas. Recebemos 67 mil doses, então a gente vai conseguir vacinar acima de 80 anos e avançar um pouquinho mais”, detalhou.

Segundo a secretaria, o plano prevê o avanço, de acordo com a quantidade de doses, em relação a faixa etária, até que todos os idosos com mais de 60 anos estejam vacinados.

Novas variantes

Em Goiás, há a circulação de duas variantes com importância epidemiológica, a de Manaus e a do Reino Unido. No momento, não há a confirmação laboratorial de transmissão comunitária no Estado, pois foi possível identificar a fonte da contaminação dos doentes.

“A gente considera comunitária quando eu não identifico a fonte mais, ou seja eu tenho uma pessoa, ela se isolou, foi feito o sequenciamento e ela não viajou, não teve contato, aí sim a gente considera como comunitária. Então, tecnicamente, a gente não tem confirmação laboratorial, mas a gente sabe que, muito provavelmente, ela já está circulando.

Estado Crítico

Flúvia se mostrou aflita com a situação atual da pandemia no Estado. Explicou que essa crescente de casos deve ter ocorrido em função das novas variantes e, também, das festas de fim de ano. “E nos preocupa as consequência do Carnaval, porque mesmo não tendo festas oficias, a gente sabe que houve aglomerações e a demora é de 15 dias para ver”.

A secretaria continuou e disse que ainda não tinha ocorrido em nenhum momento a ocupação de 100% dos leitos de UTI no Hcamp em Goiânia e, agora, já tem duas semanas de lotação completa no local. Ela ainda esclareceu que Goiás continu abrindo mais leitos, mas que, em breve, isso não será mais possível e que mesmo o tratamento adequado em hospitais não é garantia de vida. “De cada 100 pessoas que entram numa UTI, 50 morrem, mesmo com toda assistência”