Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira (20/5), o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que não mandou desativar o Hospital de Campanha de Águas Lindas de Goiás. Mas essa informação é contestada pelo Governo de Goiás, que informou, por meio da Secretaria de Saúde, que a ordem para desmontar a estrutura partiu do Ministério da Saúde.

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O Hcamp de Águas Lindas de Goiás foi a primeira unidade montada pelo governo federal no País para atender exclusivamente pacientes contaminados pelo coronavírus. O local foi inaugurado em 5 de junho de 2020, em estrutura transitória e modular (“tenda e lona”).

Durante interrogatório do senador Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, o ex-ministro não soube explicar o fechamento do hospital. “Quem mandou fechar o hospital de campanha de Águas Lindas de Goiás?”, questionou Alessandro. “Nós não mandamos fechar nenhum hospital. (…) Isso aí veio pela própria demanda do estado. Não nós queremos lá fechar o hospital não. Nunca”, respondeu. O senador Alessandro Vieira insistiu: “O estado de Goiás pediu a prorrogação da atuação desse hospital e foi negado pelo ministério. Isso não é fato?”. Pazuello respondeu que ia verificar. ” Eu não tenho esse dado pra dar pro senhor”, justificou.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Goiás afirmou que a decisão de desativar o hospital de campanha foi do próprio Ministério da Saúde. Goiás, inclusive, solicitou que a unidade fosse mantida até o final do ano passado, mas o requerimento foi negado pelo órgão do governo federal. Por decisão do Ministério da Saúde à época, a gestão e operacionalização da unidade foi transferida ao Estado de Goiás.

“O Hcamp foi cedido à rede estadual com prazo de vigência que se encerraria em 22 de setembro de 2020. A SES solicitou a postergação do funcionamento da unidade até dezembro de 2020. Mas, o pedido foi negado pelo Ministério da Saúde e a unidade mantida apenas por mais 30 dias, sendo entregue ao órgão federal em 22 de outubro de 2020”, disse a nota da secretaria.

A pasta afirmou ainda que nenhum hospital próprio da rede estadual foi fechado, somente o de Águas Lindas de Goiás, que era federal.