Pesquisadores dos EUA e do Canadá usaram a Inteligência artificial (IA) para criar um antibiótico contra uma superbactéria mortal, a Acinetobacter baumannii. A contribuição da tecnologia foi importante no processo de descoberta e testagem.
Max Igor Banks é professor de infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) e explicou como é o processo de criação de um antibiótico.
“Você vai procurando sinais de atividade nos vários compostos químicos que existem. Então você cultiva bactéria juntamente ao composto para ver se a bactéria cresce frente a ação dele. Vai testando até achar alguma coisa que possa ter utilidade”, contou.
Assim, a Inteligência Artificial previu algumas combinações com determinadas bactérias, a partir de uma base de dados por meio de um modelo matemático.
Processo rápido
O modelo apresentado pelos pesquisadores acelerou o processo de pesquisa e testes para o antibiótico porque o número de possibilidades foi reduzido. Então, para o professor da USP, a relação entre os conhecimentos do ser humano e os meios tecnológicos mostram que a tecnologia é uma importante aliada na criação de novos medicamentos mais rapidamente.
“Esse trabalho foi super importante ao tentar mostrar caminhos para a seleção e desenvolvimento de compostos que possam ser ativos contra bactérias de alta resistência”, comentou. Banks ainda apontou a redução de probabilidade do antibiótico ser “um mal necessário”, pois ao combater doenças ele também pode selecionar uma bactéria resistente.
“Se você conseguir ter um antibiótico que mata só aquela bactéria que está causando problema e conseguir identificar, seria positivo”, afirmou.
Doenças bacterianas
O tratamento para doenças bacterianas é um desafio para a medicina, já que é difícil desenvolver antibióticos que sempre funcionem por causa da resistência das bactérias.
“O que acontece é que, com o tempo, esses antibióticos passam a não funcionar porque as bactérias vão desenvolvendo o mecanismo de resistência e isso acaba, por vezes, limitando as opções de tratamento”, detalhou.
O professor Banks explicou que as superbactérias são microrganismos não necessariamente muito agressivos. Então, o termo “super” se dá apenas pela dificuldade em curar a infecção.
*Com informações do Jornal da USP
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 03 – Saúde e Bem Estar e o ODS 09 – Indústria, inovação e infraestrutura.
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