A frase “tudo é política” nunca foi tão atual quanto nesta semana de mais turbulências no Brasil. A política invadiu as Polícias Militares do Recife e de Goiás, de uma forma nada democrática, assim como a Copa América de futebol, temas desta edição do PodFalar.

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No sábado (29) o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco reprimiu violentamente o protesto pacífico contra o presidente Jair Bolsonaro, realizado em quase todos os Estados, e feriu dois homens com bala de borracha. Jonas Correia, 29 anos, e Daniel Campelo, 51 anos, perderam a visão de um olho.

Dois dias depois, na segunda-feira (31), a política chegou também à Polícia Militar goiana. O tenente Marlon Albuquerque prendeu em Trindade o professor, ex-vereador e dirigente do PT de Goiás, Arquidones Bites. Seu crime, segundo o PM, foi “caluniar” o presidente Bolsonaro por exibir em seu carro a baixa “Fora Bolsonaro genocida”.

Os episódios alimentam preocupações de possível politização das forças militares nos Estados em torno do projeto político de Bolsonaro. Isso na semana que o Exército decidiu arquivar sem punições o processo administrativo contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por sua participação em ato político em prol do presidente, no Rio de Janeiro.

Por fim a política atingiu em cheio a Copa América. Bolsonaro aceitou pedido da Conmebol para o Brasil sediar a competição, após Colômbia e Argentina terem desistido de receber o evento. Os jogos ocorrerão em Brasília, Cuiabá, Rio de Janeiro e Goiânia, cidades de Estados com governadores aliados do presidente, caso de Ronaldo Caiado.

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