De onde o governo tirou o índice de 5,5% de reajuste da data-base dos servidores e como aceitou pagar 10,16%? Este é o primeiro tema deste episódio do PodFalar, que trata ainda do arranjo político liderado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, para ganhar um cargo vitalício no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e desistir da candidatura de deputado federal.

O governo de Ronaldo Caiado (União Brasil) bem que tentou evitar o reajuste da data-base dos servidores públicos estaduais. O primeiro sinal partiu da secretária de Economia, Cristiane Schmidt. Em outubro durante a discussão do projeto de lei do Orçamento anual de 2022 na Assembleia, ela disse que não havia previsão orçamentária para recomposição salarial.

Os servidores pressionaram por 25,53% de aumento, para recuperar as perdas salariais não pagas desde 2016. O governo resistiu e só apresentou uma proposta no final de fevereiro: apenas 5,5%. Novamente os servidores reagiram e recusaram a oferta. Nesta terça-feira, finalmente um acordo: nem os 25,5% nem os 5,5%, mas 10,16%, o índice da inflação de 2021.

Até a semana passada o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, (sem partido) era candidato a deputado federal e considerado no meio político um nome fortíssimo. Faltava definir o partido, mas tudo estava encaminhado para sua filiação ao PSD. Nesta semana uma surpresa: Lissauer articulou sua condução ao Tribunal de Contas do Estado na vaga do atual conselheiro, Sebastião Tejota. Para isso, Tejota se aposentaria e, em troca, a Assembleia articularia a aposentadoria de um conselheiro no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), abrindo vaga para seu filho, o vice-governador Lincoln Tejota.

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