Os impactos da pré-candidatura de Marconi Perillo a governador nas eleições de 2022 em Goiás e o imbróglio político entre vereadores e Paço Municipal sobre o futuro a Comurg são os temas da edição #192 do PodFalar. O primeiro podcast de política de Goiás tem apresentação e comentários de Rubens Salomão e Rafael Rodrigues, enquanto Samuel Straioto segue em merecido descanso.

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O PSDB de Goiás realiza neste sábado (2), no Clube Jaó, em Goiânia, reunião com a militância e aliados do partido para deliberar sobre a pré-candidatura de Marconi Perillo, presidente estadual da legenda. Embora nos bastidores já seja dado como certo que Marconi vai disputar o governo do Estado, os participantes vão poder responder presencialmente no evento à pergunta: “Marconi: governador, senador ou deputado federal?”

A votação para decidir o rumo do ex-governador ocorre de maneira digital e será realizada por meio de tótens instalados no local do evento. O encontro “Conte Comigo – Ajude Marconi a Decidir” encerra a série de reuniões regionais que percorreu o Estado ouvindo as demandas e propostas da população para as eleições deste ano.

De 28 de agosto do ano passado até agora, o PSDB Estadual promoveu encontros em 34 polos regionais. Neste processo, o ex-governador tem afiado o discurso para disputar, pela quinta vez, o governo estadual.

Segundo bloco

O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), corre atrás de alternativa jurídica e política para manter Paulo César Pereira à frente da Agência de Regulação de Goiânia (ARG), depois que a recondução foi rejeitada pela Câmara Municipal, em maio.

A manutenção de Paulo César representaria influência técnica na avaliação do Paço sobre os contratos da prefeitura com empresas e, principalmente, em meio às discussões sobre a renovação do vínculo com a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg).

A prefeitura renovou o contrato com a empresa pública em dezembro de 2021 em acerto emergencial, apenas até o final deste ano de 2022. A expectativa é de que o novo contrato seja assinado até novembro, mas restam dúvidas sobre a possível redução de serviços entregues à Comurg e consequente terceirização para concorrentes privadas.

A ARG foi criada na gestão do ex-prefeito Paulo Garcia (PT) para regular e fiscalizar os serviços concedidos pela prefeitura e tem o ex-reitor do IFG como titular desde o nascimento, com reconduções aprovadas na gestão de Iris Rezende (MDB).

Em maio, a recondução foi rejeitada por vereadores da própria base aliada ao prefeito Rogério Cruz, que alegaram atuação “bairrista” para negar novo mandato a Paulo César e criticaram manifestações atribuídas a ele, que teria condenado a influência de parlamentares da base junto à administração da Comurg.

Clécio Alves (Republicanos) comandou, à época, a rejeição do projeto do Paço e chamou o contrato da prefeitura com a Comurg de “imbecil”. Anderson Sales também anunciou voto contra a recondução e alegou ser um vereador “bairrista”. O líder do prefeito na Casa, Anselmo Pereira (MDB) não estava presente na sessão no momento da derrubada da recondução.

O único voto a favor da recondução de Paulo César Pereira foi dado pelo opositor Mauro Rubem (PT) e ainda na votação no dia 11 de maio, o presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota), destacou a derrota do prefeito e a inversão de papeis entre base e oposição.

O presidente da ARG, agora interino depois do fim do mandato em junho, respondeu as afirmações dos vereadores dois meses depois da votação na Câmara, em entrevista nesta semana à Sagres. Paulo César Pereira ainda negou as especulações de que a Comurg tenha uma estrutura pesada demais e que, por isso, a prestação de serviços seja mais cara do que se a prefeitura fizesse a contratação de empresas privadas.

Língua solta

As Forças Armadas apresentaram nesta quinta-feira (14), no Senado, uma proposta de votação paralela no dia da eleição com cédulas de papel. A recomendação foi feita pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, durante audiência convocada pelo senador governista Eduardo Girão (Podemos-CE).

A sugestão segue a linha do discurso recorrente do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, que tem colocado em dúvida a segurança do processo eleitoral, mesmo sem qualquer prova de falha ou fraude nas urnas eletrônicas.

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