O início do governo Lula 3, com o lançamento do PAC, e as possíveis contradições entre sobre a transição ecológica são os temas desta edição do PodFalar. O primeiro podcast de Política de Goiás tem apresentação e comentários dos jornalistas Rubens Salomão, Laila Melo e Samuel Straioto.

Depois de sete meses de gestão, só agora o governo começou. Ao menos na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista apontou o lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como um marco em terceiro mandato.

A nova edição do programa prevê R$ 1,680 trilhão em investimentos totais, com retomada de obras paradas, aceleração de obras em andamento e novos empreendimentos. Os projetos serão divididos em nove grandes áreas:

  • Inclusão digital e conectividade: R$ 28 bilhões
  • Saúde: R$ 31 bilhões; Educação: R$ 45 bilhões
  • Infraestrutura social e inclusiva: R$ 2 bilhões
  • Cidades sustentáveis e resilientes: R$ 610 bilhões
  • Água para todos: R$ 30 bilhões
  • Transporte eficiente e sustentável: R$ 349 bilhões
  • Transição e segurança energética: R$ 540 bilhões
  • Defesa: R$ 53 bilhões

Além de investimentos em obras, o PAC representa a busca do presidente Lula pela viabilidade política, em um país dividido. Nesse sentido, o petista usou o discurso, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, para tentar apaziguar a relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL).

Logo na semana seguinte, avançaram as negociações para que o Lira indique um novo ministro de Desenvolvimento Social. Já o Republicanos deve indicar a pasta de Portos e Aeroportos. Os dois partidos apoiaram a tentativa frustrada de reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Poucos dias depois das declarações de Lula, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), voltou a se posicionar como pré-candidato à presidência da República. Segundo ele, um candidato da direita, mas sem palavrões e xingamentos.

Contradições

O ministro Rui Costa respondeu à Sagres e negou contradição. Só que a mesma lista de obras do PAC traz investimentos pesados da Petrobras, estatal de petróleo e gás brasileira.

Do valor de R$ 1,68 trilhão, mais de R$ 300 bilhões virão da própria Petrobras, em pelo menos 47 projetos. O presidente da empresa, Jean Paul Prates, afirmou durante o evento de lançamento que a estatal voltará a apostar na construção de navios e plataformas no Brasil.

O presidente da Petrobras antecipa meta de troca plataformas e navios antigos por unidades construídas no Brasil. Segundo ele, o plano é construir 25 novos navios. Outros investimentos incluem, por exemplo, a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca-PE. Além do gasoduto Rota 3, com 355 km de extensão total, que vai escoar gás natural.

Há também nove poços exploratórios de petróleo na Margem Equatorial. A região inclui a foz do rio Amazonas, onde o Ibama negou recentemente a exploração de petróleo pela Petrobras. Outra obra que traz preocupação é a da Ferrogrão, para escoar a produção agrícola do Centro-Oeste. A ferrovia corta ao meio a Floresta Amazônica.

A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança Climática, foi homenageada em Goiânia e voltou a defender maiores esforços para a transição energética no Brasil. Ela recebeu a Comenda Jornalista Washington Novaes, na Assembleia Legislativa de Goiás, e apontou que a transição para modelo econômico sustentável é fundamental para conter o desmatamento do Cerrado.

A ministra também fez uma rápida avaliação sobre a Cúpula da Amazônia e repetiu que a análise sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas deve ser técnica.

Siga o PodFalar

Este episódio teve áudios do Sistema Sagres, da Rádio Jovem Pan e do Canal Gov. Confira o PodFalar todo sábado, às 9h30 da manhã, na Rádio Sagres, no Sagres Online, no aplicativo da Sagres, no Spotify, no Google App, no Deezer e no Castbox. Siga o PodFalar em seu tocador de podcast preferido e receba um episódio novo todo sábado.

Ouça o PodFalar no seu agregador de podcasts favorito

Leia mais