Notícias sobre um possível calote da gigante do mercado de incorporações e construção civil, a chinesa Evergrande, que atualmente possui a maior dívida de ativos do mundo, mais de US$ 300 bilhões, balançaram os mercados mundiais.

Com isso, o mercado imobiliário da China desacelerou como resultado das medidas que o governo chinês tomou há um ano para conter a alta nos preços dos imóveis, o que contribuiu para uma queda de 21% nas vendas de casas por incorporadores em agosto, há mais de um ano.

Mas como isso pode impactar o Brasil? Em entrevista ao Sagres Em Tom Maior #358, o professor especialista em Economia, Luiz Carlos Ongaratto, do podcast Caminhos da Sustentabilidade, afirma que quanto maior for o risco de calote, maiores são as incertezas em relação ao mercado. Confira a entrevista a seguir

Além disso, segundo Ongaratto, com a expectativa de calote, há também a de prejuízo dentro da área financeira, como no setor de construção civil.

“Se a empresa Evergrande quebrar, der um calote, significa que o nosso principal parceiro econômico, grande consumidor de commodities minerais principalmente dentro da construção civil como o ferro, pode ser que o setor mineral do Brasil, um dos principais componentes da pauta de exportação, ou seja, a gente pode perder o nosso superávit comercial”, analisa.

A China tem sido o principal parceiro comercial do Brasil. O equilíbrio de a economia brasileira ter mais exportações do que importações também corre risco.

Em 2020, a corrente de comércio entre Brasil e China cresceu 3,8% e, embora as importações tenham apresentado queda de 2,7%, com um total de US$ 34,64 bilhões, as exportações cresceram 7,3%, chegando à marca de US$ 70,08 bilhões.