A possível aliança entre DEM e MDB pauta o debate político em Goiás desde a reunião entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e o presidente do MDB no Estado, Daniel Vilela. Em entrevista à Sagres, o presidente do PSD Goiás, Vilmar Rocha, afirmou que o eleitorado acostumado a votar no MDB, que sempre teve candidato na disputa pelo Governo de Goiás, deve migrar para a oposição caso os partidos concretizem a aliança.

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“Se o MDB não lançar candidato, aparecerá um outro com espaço e potencial de ter na faixa de 30% no primeiro turno. E eu inclusive acredito em segundo turno em 2022. Não teve 2º turno em 2018, mas a eleição de 2018, tanto a nível estadual quanto nacional foi atípica, então eu acredito num espaço forte para candidatura de oposição com ou sem o MDB”, declarou o presidente, que ainda afirmou que esses 30% não eram do MDB, mas sim da oposição, geralmente pleiteada pelo MDB. “Esse é um voto daqueles que querem alternativas”.

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Mesmo com o acordo parecendo mais próximo, inclusive, com um jantar na noite de ontem entre os políticos e representantes da Huawei, Vilmar Rocha afirmou que é preciso esperar até março do ano que vem, quando as decisões tomadas se tornarão definitivas. “Não é só o PSD, são todos partidos. O que há agora é só conversa, articulação, fofoca, jogo político, mas definições só em fevereiro, março, quando abre a janela […]. A pessoa pode dizer algo agora e depois mudar de opinião”.

Para justificar ainda mais a análise de que ainda é necessário aguardar, o presidente do PSD explicou que também é preciso esperar para saber quais serão as regras das eleições de 2022, se haverá coligações ou não, por exemplo. “Como é que você entra num jogo sem ter regra estabelecida? Nós temos que esperar 2 de outubro, quando o prazo é encerrado e as regras estarão estabelecidas”.

Com planos de indicar Henrique Meirelles para disputar uma vaga no senado, em chapa com o DEM, Vilmar declarou que, mesmo que a aliança entre DEM e MDB seja concretizada, isso não deve mudar. “Pelo que se ouve – não conversei com ninguém sobre isso -, a pretensão do deputado Daniel Vilela é ser candidato a vice-governador. Então, se a gente for fazer aliança, a pretensão é de ter uma pré-candidatura ao senado e não a vice. Portanto, não alterou”, pontuou.

Cenário nacional

O presidente do PSD, Vilmar Rocha, afirmou que tem buscado um projeto de terceira via para as eleições 2022, pois acredita que continuar com Bolsonaro não será bom para o Brasil, assim como a volta do ex-presidente Lula também não seria. “Essa polarização é ruim para o país, é um desastre para o Brasil”.

Sobre a influência das eleições para presidente, na disputa em Goiás, o político afirmou que o DEM deve seguir uma candidatura forte de terceira via e, caso não haja, a tendência é que mantenha neutralidade. “Agora, uma dúvida que eu tenho é se as forças bolsonaristas em Goiás vão ou não lançar uma candidatura própria. Se eles lançarem, aí consolida a ideia de 2º turno, porque, ainda que de maneira minoritária, os bolsonaristas existem, são mundo real”.

Vilmar ainda projetou que o principal assunto das eleições em 2022 será o combate à pandemia. Em Goiás, o presidente do PSD classificou as ações de enfrentamento ao coronavírus como “razoáveis, nem boas e nem ruins”. Outros temas que podem pesar no pleito, segundo Vilmar Rocha, são investimento em infraestrutura e economia.

Assista e entrevista no Sagres Sinal Aberto: