Uma nova espécie de escorpião descoberto por dois pesquisadores no departamento de Córdoba, na Colômbia, leva o nome do professor do curso de Ciências Biológicas do Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede da Universidade Estadual de Goiás (Cear|UEG) e dos Programas de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado e em Ambiente e Sociedade, Everton Tizo Pedroso.
A espécie, batizada de Tarsoporosus tizopedrosoi, foi descoberta durante coletas feitas em 2014 em ambientes de floresta úmida. O pesquisador colombiano Edwin Bedoya Roqueme, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado (Renac|UEG), em parceria com o professor Dr. André Lira, da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, diz que a nova espécie Tarsoporosus tizopedrosoi foi dedicada em homenagem ao Dr. Everton Tizo Pedroso em reconhecimento à sua carreira e grande contribuição à Aracnologia.
“A Universidade Estadual de Goiás teve um papel importante, pois forneceu as ferramentas e foi a ponte de ligação para o desenvolvimento deste estudo. Essa contribuição representa um grande avanço para o conhecimento da escorpiofauna na Colômbia e para o delineamento de planos de monitoramento e políticas de conservação”, salienta Edwin, responsável pelo processo de identificação da espécie.
Ainda segundo os pesquisadores, o gênero ao qual pertence a espécie nova não é muito diversificado, sendo a sexta espécie deste grupo. “O gênero Tarsoporosus ocorre na Venezuela e Colômbia, desse modo, a nova descrição adiciona uma importante contribuição ao grupo. A nova espécie se diferencia daquelas conhecidas para o gênero por sua morfologia externa, com uma variação em importantes conjuntos de estruturas presentes no tegumento e também pela forma do hemispermatóforo, uma estrutura reprodutiva dos machos”, explica Edwin.
O artigo, com as descrições da espécie descoberta, foi publicado na Revista Ibérica de Aracnologia em dezembro de 2022, acessível apenas aos assinantes.
Doutorando, Edwin Bedoya explica que os escorpiões são uma ordem de aracnídeos de aspecto característico e amplamente distribuídos em todos os ecossistemas terrestres, embora com marcada preferência por regiões tropicais e temperadas.
“O departamento de Córdoba está localizado no norte da Colômbia, caracterizado pela influência da planície caribenha, a cordilheira ocidental e enquadrado nas regiões biogeográficas Norandina, Chocó, Magdalena e o Cinturão Árido Pericaribenho, o que o torna propício a novos registros para a Colômbia e novas espécies para a ciência”, revela.
O homenageado
Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (Licenciatura e Bacharelado), Everton Tizo Pedroso possui mestrado e doutorado em Ecologia pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais, pela mesma instituição. É professor efetivo da UEG desde 2010.
Além disso, desde 2014 é representante do Comitê Institucional de Pesquisa da UEG e também integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sociedade (Ciências Ambientais) e em Recursos Naturais do Cerrado da UEG. Foi bolsista do Programa de Incentivo à Pesquisa da Universidade Estadual de Goiás e também foi pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEG no período de abril de 2019 a julho de 2021.
Mesmo com essa experiência e se dedicando há algum tempo aos estudos sobre a Aracnologia, o professor Everton Tizo recebeu com humildade a homenagem.
“A notícia da publicação do artigo foi uma grande surpresa. Não esperava que meu nome fosse concedido a uma espécie em homenagem. Na verdade, foi uma grande honra saber que eu emprestaria meu sobrenome para que uma nova espécie de escorpião fosse apresentada à Ciência. Fiquei muito contente e grato aos autores do estudo, o doutorando Edwin de Jesus Bedoya Roqueme e o professor Doutor André Felipe de Araújo Lira. É uma grande demonstração de confiança e uma homenagem muito maior do que eu mereço. Ver o artigo publicado traz o sentimento de reafirmação, enquanto pesquisador ainda novo na Ciência, do compromisso e responsabilidade que temos com a pesquisa científica e com a nossa sociedade, com a formação de novos professores e pesquisadores e com a universidade que nos acolheu”, destaca.
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