Foto: Reprodução

Professores da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC) pediram a investigação de pichação feita em um dos banheiros masculinos da instituição de ensino superior, no campus V, bloco A, no Setor Jardim Goiás, em Goiânia.

No desenho, uma suástica em vermelho contém as inscrições “BOLSONARO 2019, LGBT, NEGROS, PROFS PETRALHA, USTRA LIVRE, MORTE”.

Os professores encaminharam ao reitor Wolmir Therezio Amado um pedido de urgência nesta terça-feira (6) com o objetivo de garantir a integridade física de docentes e estudantes”, e chamaram a pichação de “ameaçadora”.

O documento é assinado pela Associação dos Professores da PUC Goiás (Apuc). Por meio de nota, a PUC-GO informou que já apagou a pichação e que “repudia toda forma de discriminação, preconceito e violência dirigidos a qualquer pessoa, por qualquer motivo”, além de exigir a investigação e punição dos responsáveis. 

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<blockquote class=”twitter-tweet” data-lang=”pt”><p lang=”pt” dir=”ltr”>Professores da PUC pedem investigação após suástica desenhada em banheiro: &quot;pichação ameaçadora&quot; . Leia mais <a href=”https://t.co/8DnRyWASE8″>https://t.co/8DnRyWASE8</a> (Imagens: Reprodução) <a href=”https://t.co/1r4TY3FGyG”>pic.twitter.com/1r4TY3FGyG</a></p>&mdash; Rádio Sagres 730 (@sagres730) <a href=”https://twitter.com/sagres730/status/1059909187143196673?ref_src=twsrc%5Etfw”>6 de novembro de 2018</a></blockquote>
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Leia a nota da Apuc na íntegra

“Com os nossos cordiais cumprimentos, solicitamos de Vossa Magnificência providências urgentes, com medidas de proteção, para garantir a integridade física dos/as docentes e dos/as estudantes do Campus V da Universidade, onde ocorreu uma pichação ameaçadora (anexada a este documento), no banheiro masculino, com os seguintes dizeres entre a suástica nazista: “”BOLSONARO 2019 LGBTS NEGROS PROFS PETRALHA USTRA VIVE MORTE”. O fato, de extrema gravidade, sinaliza os limites extrapolados com atentado à vida e configura crime previsto na Lei 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor (discriminação por preconceito de raça, cor, etnia e procedência nacional – Art. 20). A referida lei faz referência especial à suástica e à apologia ao nazismo no Parágrafo 1º do Art. 20). Também por este motivo, solicitamos a investigação e punição dos/as autores desta pichação para que casos como este não se repitam.

Acreditamos na importância de se reafirmar a Democracia e da Cultura de Paz em todas as instâncias dentro da instituição no sentido de que, pedagogicamente, a Pontifícia Universidade Católica de Goiás promova a formação humanista e científica de profissionais críticos/as e competentes, que tenham como base valores da ética, da solidariedade, do respeito à diversidade e aos direitos humanos,  comprometidos com o bem comum e capazes de construir um mundo melhor, menos desigual e digno de seus/suas cidadãos/ãs.

Neste sentido, manifestamos nossa indignação com a proibição à realização do “Cine Pipoca: Arquitetura da Destruição”, no Escadão da Escola de Artes e Arquitetura (Área III), no último dia 25/10/2018, evento para o qual foram convidados para como debatedores o jornalista Pinheiro Salles e Genésio Borges, com moderação de Pedro Máximo, para discutir com os/as estudantes sobre o poder da Arquitetura, da Cultura Romana na Era Moderna e a Arte Clássica Greco-Romana, com abordagem de aspectos sociais, históricos e culturais.

O cerceamento à liberdade de expressão dos/as estudantes de arquitetura, além de  repercutir negativamente para a instituição nas redes sociais, contraria a própria história da Universidade Católica de Goiás como referência em formação humanista. A prática da liberdade em todas as esferas acadêmicas é fundamental para que possamos formar profissionais autônomos, íntegros e capazes de colocar o conhecimento à serviço da vida.

 Aguardamos retorno, o mais breve possível, da solicitação de medidas de proteção para garantia à integridade física dos/as docentes e dos/as estudantes do Campus V e punição dos autores/as da pichação, bem como reivindicamos práticas democráticas internas de fomento ao diálogo e à liberdade de expressão, para que tenhamos condições de, pedagogicamente, colaborar para a construção da paz na sociedade brasileira diante deste cenário de intolerância que atenta contra a vida. “