O projeto de Lei que propõe a transferência de áreas do Estado, localizadas em Anápolis, para a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), foi retirado da Assembleia Legislativa de Goiás a pedido da própria companhia. Em entrevista à Sagres, o presidente da Codego, Renato de Castro, justificou que na matéria havia a inclusão, de forma equivocada, de um terreno particular vendido em 2008.

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São três glebas que somadas chegam a 1 milhão de metros quadrados incluídos no projeto de doação. Segundo Renato, cerca de 150 mil metros quadrados, de uma dessas glebas, pertence à Caoa Hyundai. “Nós fomos notificados pela empresa de que o projeto estava contemplando uma área que era deles. Fomos notificados extraoficialmente e eles nos mostraram esse contrato de compra e venda. Nós entramos em contato com a Procuradoria do Estado para que fosse retirado o projeto da pauta para adequações evitando que o estado não faça doação para a Codego daquilo que não é dele”, informou.

Renato argumentou que não sabia que havia esse erro no projeto e que a Codego tem mecanismos para averiguar contratos de compra e venda e de doação das áreas públicas para empresas. “Foi um questionamento que eu também fiz: Como mandaram um projeto de Lei sem fazer essas consultas?. Essa proposta foi feita em 2019 e eu ainda não estava aqui na Codego. E isso induziu até o próprio governador Ronaldo Caiado ao erro, porque naturalmente ele não tem tempo de ficar consultando as áreas. Esse erro é lamentável”, argumentou. “O estado tem condições de averiguar e, normalmente, isso acontece. Falhas acontecem e é natural do ser humano errar em virtude o grande volume de coisas”, complementou.

As áreas serão usadas para o assentamento de novas empresas e expansão das já existentes no Distrito Agroindustrial (Daia). Renato citou que o governo de Goiás prepara outro projeto para a expansão do distrito com a doação de outras áreas. “Muitas empresas querem aproveitar esse potencial de Anápolis, cidade servida por várias rodovias e ferrovias o que a coloca no centro do Brasil em termos de logística. E por isso as empresas têm demandado muitas áreas”, afirmou.

Esses novos terrenos pertencentes ao Estado, próximos a plataforma multimodal de Anápolis, podem ser incluídos ao projeto que voltou da Assembleia e isso pode fazer com que a matéria demore mais um pouco a voltar para Casa. “Precisamos tomar essas decisões. Não sei se a Procuradoria do Estado vai querer incluir essas glebas e mandar um único projeto de lei ou se vai simplesmente readequar a gleba que tem a Caoa e depois mandar outro projeto colocando as outras áreas adicionais”, explicou.

Renato não deu prazo para que isso seja feito, disse apenas que “não deve demorar”. “O governador precisa decidir se vai dividir o projeto em dois ou juntar tudo. Goiás tem pressa. Anápolis tem pressa”, complementou.