Sagres em OFF
Rubens Salomão

PSL reafirma oposição a Caiado e desconsidera cargos em reforma: “não aceitaremos esmola”

O presidente do PSL em Goiás, deputado federal delegado Waldir Soares, sequer foi chamado para possíveis composições na reforma administrativa elaborada pelo governo estadual. Mesmo assim, o parlamentar rejeita qualquer participação e retoma críticas a Ronaldo Caiado (DEM) iniciadas ainda no início do primeiro ano de mandato.

O delegado ressente o fato de que o PSL e ele, pessoalmente, não foram consultados sobre a formação da equipe de governo, principalmente na área de Segurança Pública. Desde então, o primeiro partido a anunciar apoio à candidatura do então senador em 2018 se coloca na oposição em Goiás.

“Nós vamos nos manter coerentes, né? Nós somos oposição ao atual governador, até pelas decisões que ele tem tomado e a traição não tão simples de ela ser perdoada”, afirma o delegado.

A “traição”, segundo Waldir, é a composição feita pelo governador com lideranças que disputaram a eleição de 2018 na oposição ao projeto encabeçado pelo DEM, como Alexandre Baldy (PP) e Vanderlan Cardoso (PSD), que caminharam com o MDB de Daniel Vilela naquela eleição.

“Agora caminham na base do governador ocupando secretarias. O PSL não tem ciúme disso, mas não vamos receber esmolas ou fingir que estaria participando de um governo. O PSL está acostumado a roer osso”, afirma o delegado, que completa: “Nós não vamos morrer e deixar de existir porque levamos um chute do governador traidor”.

Bancada maior

A direção do PSL em Goiás fez as contas e aguarda que seja confirmada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cassação do mandato do deputado estadual Vinícius Cirqueira e da chapa do PROS para passar a ocupar nova outra na Assembleia Legislativa. Caso se confirme, o partido passaria a ter bancada com quatro deputados.

Quem são

Foram eleitos pelo partido os deputados Paulo Trabalho e Humberto Teófilo. Depois, se filiou Major Araújo e, agora, a expectativa é para a posse da suplente Keithe Amorim, que teve 14.991 votos. Segundo delegado Waldir, os parlamentares têm liberdade para definir posição na Casa, mas acredita que todos seguirão como “referências da oposição em Goiás”.

Stand by

Foram diminuídas nas últimas semanas de 2020 as conversas e negociações para nova composição de secretarias no governo estadual. Ainda restam definições mais precisas com Progressistas (PP) e PDT, por exemplo, que devem ocupar novos espaços. A reforma busca atender nova acomodação de aliados depois da eleição de 2020 e dos dois primeiros anos de gestão.

Bombeiros

O prefeito em exercício de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), mudou o discurso entre o anúncio do secretariado, no sábado (02), e a posse da equipe, nesta segunda-feira (04). Passou a citar e valorizar com mais frequência e intensidade os vereadores da base aliada ao Paço. A reação é consequência da insatisfação gerada entre parlamentares por não terem sido chamados para a composição do secretariado.

Contato

Além das palavras do prefeito, as ligações do secretário de Governo, o ex-vereador Andrey Azeredo (MDB), reabriram o diálogo entre a nova gestão da prefeitura e os vereadores. A intenção é realizar reunião com cerca de 30 dos 35 parlamentares até o fim deste mês de janeiro, antes do início das sessões ordinárias, em fevereiro.

Pegou mal

Vereadores, principalmente da bancada do MDB, se sentiram desprestigiados no fim de semana e a insatisfação não ficou restrita ao vereador Kleybe Morais (MDB), que foi o único a reclamar publicamente. Enquanto isso, a articulação para escolha de Sandes Júnior (PP) como líder, foi paralisada.

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