Titular absoluto da seleção brasileira e da Inter de Milão, o goleiro Júlio César entrou na discussão a respeito da forma como o futebol é jogado hoje. Após a convocação de Dunga com a presença, sobretudo de jogadores que primam pelo poder físico, parte da imprensa e da população revelou o temor por um time que não apresente a técnica e o futebol-arte, que é símbolo da seleção canarinho. O goleiro do Brasil admite que no final, sempre é o resultado que importa.

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“Futebol hoje é muita eficiência, muita pegada. Acho que futebol-arte, que todo mundo tanto pede, com a evolução do futebol, ficou um pouco deixado de lado”, analisou o jogador. Pensando conquista do título, Júlio César foi irredutível ao afirmar que não pretende jogar pela forma, e sim pelo resultado. “Eu prefiro jogar mal e ganhar do que jogar bonito e perder, isso aí é fato. Posso tomar 5 gols, se meu ataque fizer 6 eu estou feliz. Eu quero no final erguer aquela taça, beijar aquela troféu, que é o sonho de cada um que está na seleção esse momento” completou.

Considerado por muitos como o melhor goleiro do mundo, Júlio César afirma que esse status nunca foi o objetivo dele. “Eu particularmente não corro atrás disso, e nem ligo pra isso. Acho que o goleiro é uma posição particular, é de momento, e meu momento é muito bom, como o do Gomes, que fez uma excelente temporada na Inglaterra”, avaliou o ex-goleiro do Flamengo. Ele reconhece que o seu momento é excelente, e está feliz pelo respeito que adquiriu na Itália, e espera manter o nível na Copa do Mundo

TAFFAREL

O campeão do mundo em 1994, Taffarel, também está presente na África do Sul e vai reforçar a comissão técnica da seleção. O técnico Dunga o convidou para ser olheiro da equipe, e no treinamento de hoje ele terminou ajudando Wendel Ramalho, o preparador de goleiros do Brasil, na preparação dos arqueiros brasileiros. Taffarel é um dos que enxergam Júlio César como o melhor goleiro do mundo, e por isso, se sente seguro tendo ele na seleção.

“É o momento de muito orgulho para a escola brasileira de goleiros ter o Júlio César como o melhor do mundo, como ele disse, ele não busca isso, mas a coisa vai acontecendo em cima do trabalho que ele tem realizado”, afirmou o ex-goleiro. O ex-jogador do Internacional, que abriu o caminho para que goleiros brasileiros se transferissem para o exterior, vê que essa ainda é uma tendência entre os jogadores da posição, e goleiros como os que estão na seleção confirmam isso. “Eles aqui estão continuando a abrir essas portas, e mostrando que a escola brasileira é uma escola excelente” finalizou.