O senador Vanderlan Cardoso (PSD) explicou em entrevista à Sagres sobre o grupo de trabalho formado para debater a redução da taxa do Fundo Constitucional do Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para os setores de serviços, comércio e indústria. Segundo o senador, a intenção é igualar o tratamento dado ao agronegócio.

“Não queremos tratamento diferenciado. O agro cresceu, é um setor muito capitalizado, mas as áreas de serviços, comércio e indústria geram mais empregos, então não se pode ter um tratamento diferenciado. Os fundos constitucionais foram criados para fomentar o crescimento dessas regiões e hoje virou esse imbróglio, esse problema seríssimo para os empresários”, disse Vanderlan.

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O FCO funciona hoje com juros pré-fixados para o agronegócio, ou seja, a taxa é definida antes e segue até o final do contrato. Já em relação aos empréstimos para outros setores, os juros são pós-fixados, possibilitando alterações nos valores conforme o mercado se movimenta.

“O empresário fica a mercê, como ocorreu agora, pois a Selic saiu de 2,5% para cerca de 10% e ainda tem a questão do Índice de Preços no Consumidor (IPCA), ou seja, é uma cesta de indicadores que compõe esses juros”, detalhou o senador, que ainda contou que algumas empresas têm contratos com aumentos de até 200%. “A empresa que fez um planejamento de pagar uma prestação de R$ 3 mil, agora, deverá pagar R$ 9 mil”.

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Segundo o senador, de 95% a 99% dos empresários não têm mais condição de quitar esses contratos e por isso foi formado o grupo de trabalho para buscar redução junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). “É uma incerteza grande, dois anos de pandemia, as empresas já estão sufocadas”.

Vanderlan ainda voltou a reforçar que o objetivo não é gerar privilégios para os setores e sim oferecer o mesmo tipo de contrato para todos. “Nós queremos que o setor de serviços, do comércio e da indústria tenha o mesmo tratamento que o agro tem. Isso é justo, não é injusto”, salientou.