Recém promovido a modalidade olímpica, breaking promove inclusão através do esporte e arte 

Prestes a fazer a sua estreia nas Olímpiadas de 2024 em Paris, o breaking é uma modalidade que une esporte e arte e promove a inclusão. Nesta quarta, 21, professores e praticantes da modalidade visitaram o Núcleo Seu Jaime para um momento de imersão do breaking junto aos alunos do módulo Olympism365, da Demà Jovem by Renapsi.  

A oficina de breaking foi promovida pelo Centro de Referência da Juventude (CRJ) de Goiás. O presidente do Centro, Aluísio Black, destacou a importância da cultura hip-hop no desenvolvimento e na inclusão dos jovens.  

“A importância da cultura Hip-Hop é em todos os aspectos, em especial no cognitivo. Ele passa a utilizar ferramentas importantes de arte urbana para eles enfrentarem todos os problemas e desafios da vida. A cultura hip-hop oferece de forma pacífica, positiva e educacional para que esse jovem possa trilhar o caminho das artes, da sabedoria e nunca da criminalidade, das drogas, né, que estão aí assustando a nossa sociedade”, afirmou.  

Para Paulinha, aluna da Escola de Breaking de Goiânia, a cultura hip hop contribui para a melhoria da qualidade de vida dos jovens e é preciso incentivar que mais mulheres façam parte do movimento.  

“A cultura salva os jovens das ruas, afasta os jovens das drogas. A cultura é importante sim, na vida dos jovens, das crianças. Seria bom mais projetos também de inclusão, nas periferias, em relação aos jovens, incluindo o breaking e outros esportes.  Eu me sinto acolhida. Sou a única mulher de um grupo de homens também e faço parte também de outros coletivos femininos. A gente convida também as meninas para o CRJ”, reforçou. 

Breaking em Paris  

Depois de estrear nos Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018, os B-Boys e B-Girls, como são chamados os atletas do Breaking irão disputar o palco principal do maior evento esportivo do mundo pela primeira vez – as Olimpíadas de Paris em 2024. 

“A análise que nós fazemos dos últimos anos nós vimos que os esportes que estava sempre nas Olimpíadas era mais do mesmo. Eu então eu penso que o Comitê Olímpico Brasileiro e Internacional, eles conseguiram oxigenar o esporte olímpico, convocando essas outras tribos, como o skate, como o surf, agora com o break. E a importância também para esses jovens que são oriundos de comunidades vulneráveis, que estão aderindo à cultura hip hop e agora como esporte olímpico é bom poder formar atletas”, pontuou Aluísio Black, presidente do CRJ.  

A inclusão da modalidade nos Jogos Olímpicos de Paris é a realização de um sonho da comunidade do breaking e pode também servir de incentivo, conforme afirma Metal, Bboy e professor da escola de Breaking de Goiânia.    

“Eu fiquei muito feliz porque eu já venho na dança há 16 anos e particularmente eu esperava isso ansiosamente, então fiquei grato, fiquei muito feliz, é um incentivo pra mim mesmo, pra aprimorar a minha dança e elevar a um próximo nível.  A cultura hip hop representa praticamente a minha vida, meu estilo de vida, meu estilo de convívio, como eu me visto, como eu sou, como eu trato as pessoas, como eu consigo enxergar as coisas”, destacou.  

Estilo de vida e autoconhecimento 

Para Smith Odelic, do Conselho Administrativo da Federação Goiana de Breaking e Danças Desportivas, a cultura Hip-Hop é um algo que ultrapassa e une gerações e tem muita importância para a sociedade.  

“A importância da cultura Hip-Hop é colocar os jovens, os pré-adolescentes, ou até mesmo as pessoas adultas a se conhecerem, a dançar e cantar. Não é só uma diversão, é uma questão de cultura, de colocar para dentro de si e agora além de cultura é uma modalidade esportiva”, afirmou. 

Smith aponta que são muitos os elementos que formam a cultura, como os DJs, Mcs, grafite, beatbox e um elemento que ele considera essencial: o conhecimento.  

“Tem o quinto elemento que é o conhecimento. Quem sou eu? O que que eu vou fazer aqui? Então existe essa preparação dentro da cultura hip-hop para ter o hábito de se conhecer”, ressaltou.  

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o destaque é para o ODS 03 – Saúde e Bem Estar.

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