A escolha de Madri como palco do segundo jogo da final da Copa Libertadores teve como justificativa técnica a preocupação com a segurança. Afinal, foi por falhas da polícia argentina e pelo comportamento vândalo de um grupo de torcedores do River Plate que o duelo contra o Boca Juniors no Monumental de Núñez, previsto para 24 de novembro, não aconteceu.

Sendo assim, a capital espanhola – que ganhou da Conmebol o rótulo de “cidade segura” para o evento – terá de estar à altura. Qualquer falha pode provocar um novo fiasco, que arruinaria a imagem dos clubes, do futebol argentino, da Conmebol, mas também de Madri.

Foi pensando nisso que o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, ordenou que a polícia local montasse a maior operação de segurança de história de um jogo de futebol no país. Serão 3 mil policiais destacados, o dobro dos 1.500 que trabalharam no duelo entre Real Madrid x Barcelona em 2015, dias depois dos atentados de Paris, quando a Espanha estava em alerta antiterrorista.

No dia do jogo, o Paseo de la Castellana – avenida que dá acesso ao Santiago Bernabéu – será fechado às 9h da manhã. O cordão de isolamento só dará passagem a quem tenha ingresso, credencial ou convite para o jogo; em todos os casos, será feita uma ampla revista.

Para que torcedores de River Plate e Boca Juniors não se cruzem antes, durante e depois do jogo, toda a área do estádio foi divida em dois. Ao norte do Bernabéu, estão os locais de convivência da torcida do Boca; ao sul, ficará a torcida do River.

A divisão também vale para a parte interna do estádio. Os 30 mil ingressos destinados ao Boca Juniors são para os ingressos do gol norte (à direita das cabines de transmissão), enquanto os torcedores do River Plate, em número semelhante, ocuparão o lado oposto. Entre as duas torcidas, ficarão os compradores “neutros” – sócios do Real Madrid, convidados e espectadores que não torcem para nenhum dos clubes.

O sistema de segurança também inclui a fiscalização contra os barra bravas, como são conhecidos os torcedores que fazem parte das torcidas organizadas mais violentas na Argentina. Para a semana da final, 20 policiais argentinos especializados em identificar esse tipo de torcedores foram deslocados para a capital espanhola.

Durante toda a quinta-feira, a imprensa argentina noticiou que, apesar dos esforços de segurança, pelo menos dois dos cabeças da La 12, maior torcida organizada do Boca Juniors, conseguiram entrar na Espanha. Por outro lado, Maxi Mazzaro, um dos mais conhecidos integrantes da barra do clube de La Boca, foi impedido de entrar em Madri e acabou deportado.

A preocupação com a segurança chegou até os jogadores. Darío Benedetto, atacante do Boca, fez um apelo aos torcedores após o primeiro treino do clube em Madri. “O que aconteceu em Buenos Aires não pode voltar a acontecer. Não podemos colocar mais lenha na fogueira. O que aconteceu foi muito triste, esperamos que não volte a acontecer”, afirmou.

A Sagres 730 acompanha a preparação para o Superclássico direto da Espanha e transmite o duelo no domingo. A bola rola a partir das 17h30, horário de Brasília.