Sagres em OFF
Rubens Salomão

Ronaldo Caiado deve se manter neutro sobre segundo turno entre Lula e Bolsonaro

O governador Ronaldo Caiado (UB) adotou postura apenas partidária neste domingo (02) quando questionado sobre o posicionamento que deverá adotar em relação à disputa pela presidência da República, levada ao segundo turno entre o ex-presidente Lula (PT), que teve 48,43% dos votos e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que recebeu 43,2%. Caiado deve suspender o discurso de “histórico combatente da esquerda” depois de receber constantes ataques de bolsonaristas na reta final da campanha.

“Eu só me posiciono conforme discussão partidária”, disse o governador. “Estaremos em Brasília segunda ou terça-feira à noite para que o partido delibere nacionalmente”, afirmou ontem em entrevista à imprensa na Praça Cívica. A perspectiva de aliados, que se dividem entre o bolsonarismo e lulismo, é de que o governador mantenha postura neutra e dê, no máximo, declarações que confirmem o que será deliberado pela direção nacional do União Brasil.

Há quatro anos, Caiado também se manteve neutro em relação à disputa nacional, mas apenas até a própria vitória no primeiro turno. Depois, se manifestou favoravelmente a Bolsonaro na disputa contra Fernando Haddad (PT), em 2018, apesar de não ter se engajado em atos diretos da campanha bolsonarista em Goiás. Durante este primeiro turno, Caiado afirmava que defendia a candidatura própria de seu partido para se esquivar da polarização. O UB lançou a senadora Soraya Thronicke (MS), que teve 0,51% dos votos.

Vitória bolsonarista

A vantagem do presidente Jair Bolsonaro em Goiás foi convertida em resultados expressivos na eleição proporcional e ao Senado. O PL elegeu a maior bancada federal por Goiás com quatro nomes (Daniel Agrobom, Gustavo Gayer, Madga Mofatto e Professor Alcides), além do senador Wilder Morais.

Nova derrota

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que sofreu a segunda derrota consecutiva ao Senado, afirma que fez “campanha limpa”, mas que sofreu “muita perseguição”. “Agradeço aos eleitores que confiaram o voto a mim”, escreveu em comunicado.

Reclamações

“Foi um momento importante para que eu pudesse apresentar minhas ideias, um tempo curtíssimo de TV, muita perseguição. Depois de ter enfrentado tantas injustiças, saio do processo de cabeça erguida”, publicou o tucano.

Encolheu

O PSDB elegeu neste domingo (2), entre todos os cargos em disputa, apenas dois deputados estaduais. São eles: Gustavo Sebba e Dr. José Machado.

Maioria

O governador Ronaldo Caiado conseguiu maioria entre os federais, com pelo menos 10 dos 17 eleitos: Silvye Alves (União Brasil), Flavia Morais (PDT), Glaustin da Fokus (PSC), José Nelto (PP), Adriano do Baldy (PP), Zacharias Calil (União Brasil), Celio Silveira (MDB), Marussa Boldrin (MDB), Jeferson Rodrigues (Republicanos) e o ex-secretário de Saúde, Ismael Alexandrino (PSD).

Representatividade 1

A bancada federal goiana, que em 2018 contou com duas mulheres, triplicou e terá seis a partir de 1º de janeiro de 2023. Além de Magda Mofatto (PL) e Flávia Morais (PDT) que conseguiram se reeleger, outras quatro venceram: Silvye Alves, delegada Adriana Accorsi (PT), Marussa Boldrin (MDB) e Lêda Borges (PSDB).

Base de apoio

A composição da Assembleia Legislativa para 2023 contará com renovação de 51%, já que 20 dos atuais 41 deputados alcançaram a reeleição – 30 tentaram retornar à Casa. Caiado terá ampla maioria e apenas dos dois maiores partidos da base, UB e MDB, elegeram juntos 13 cadeiras.

Nomes

O MDB elegeu sete deputados: Lucas do Vale, Lucas Calil, Issy Quinan, Amilton Filho, Charles Bento, Lineu Olímpio e Thiago Albernaz. Já o União Brasil terá seis representantes: Bruno Peixoto, Virmondes Cruvinel, Lincoln Tejota, Renato de Castro, Amauri Ribeiro e Talles Barreto.

Representatividade 2

Apenas três mulheres foram eleitas deputadas estaduais em Goiás nas eleições deste domingo (2): Vivian Naves (PP), Bia de Lima (PT) e Zeli Fritsche (PRTB). O número, apesar de baixo, é maior do que a quantidade das parlamentares eleitas no último pleito, em 2018.

Escada

Atualmente somente duas mulheres ocupam vagas na Alego: Lêda Borges (PSDB) e Adriana Accorsi, agora eleitas como deputadas federais.

Mais lidas:

Leia também: